quinta-feira, 28 de abril de 2011

UE discute acordo e sugere cautela ao Brasil

Se por um lado o “dragão” da inflação assusta os brasileiros e obriga o governo da presidenta Dilma a se impor e adotar medidas sérias de combate, por outro, elogios ao crescimento e às conquistas do Brasil nos últimos anos, nas áreas econômica e social, sinalizam um cenário de melhorias, com reflexos diretos na balança comercial e possibilidade de superávit bastante satisfatório, além de investimentos significativos no país, vindos do outro lado do Atlântico.
Avanços e parceria
“O Brasil é hoje o país da moda. Todo mundo quer se parecer com ele”. Esta foi a frase com a qual o bem-
humorado deputado espanhol Luis Yáñez (foto Ag.Brasil), presidente da delegação do Parlamento Europeu para as relações com os países do Mercosul, definiu as relações do mundo com o Brasil, acrescentando que os avanços econômicos e sociais conquistados pelo Brasil nos últimos anos chamam a atenção do mundo.
Missão
O comitê de parlamentares europeus está em Brasília desde o início desta semana para negociar o tratado de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que deve ser fechado em 2012, apesar de não se descartar a possibilidade de que isso ocorra até o final deste ano, uma proposta que deve representar avanço sem comparações. “Vai ser o maior acordo do mundo entre dois blocos regionais. As possibilidades são impressionantes: multiplicação do nível de intercâmbio, geração de prosperidade e de criação de empregos”, garantiu o parlamentar espanhol, ressaltando que os europeus já têm estudos e a consciência sobre o “alto custo” se o acordo não for firmado.
Projeção
Em entrevista ao “correio24h”, com informações são da Agência Brasil, Yáñez fez elogios às primeiras ações da presidenta Dilma Rousseff, relativas à política externa, em que se visou dar prioridade à América do Sul em defesa dos direitos humanos e na busca por investimentos no país.
De acordo com espanhol, a luta contra a impunidade, contra a tortura [se referindo à Ditadura Militar no Brasil] e contra os pontos que ferem os direitos humanos, produz efeito exterior e o Brasil tem, de alguns anos para cá, um papel muito importante no desenvolvimento e na busca da paz e do diálogo no mundo.
Profecia
Por outro lado, o que a gente poderia dizer ser nosso velho e bom ditado brasileiro: “Cautela e galdo de galinha não fazem mal a ninguém”, Yáñez ousou fazer uma previsão, enfatizando a importância que o país passou a ter a mais no cenário internacional com as realizações da Copa do Mundo, em 2014, e das Olimpíadas, em 2016, mas a necessidade de se ter muito cuidado com isso.
Para ele, o risco de acomodação e excesso de confiança são reações que podem atrapalhar. “O país deu um passo de gigante nos últimos anos, mas não deve confiar [por considerar-se capaz demais]. No dia em que os brasileiros acreditarem que está tudo feito, será o começo de uma nova decadência”, frisou.
Aproveitamento
O presidente da delegação europeia destacou, entretanto, que apesar dos combates à pobreza extrema, à violência e à insegurança, elas ainda existem, talvez em escala menor, mas permanecem, “não está tudo feito”.
Assim, acrescenta Yáñez, a realização destes dois eventos desportivos deve ser norteada como um desafio a ser assumido pela sociedade para que se vá mais além, para impulsionar a economia e modernizar setores que ainda são gargalos. “Não se fala mais no Brasil como um país atrasado. Ele tem problemas, mas é muito mais dinâmico”, frisou enfatizando que o mundo não vê mais o Brasil apenas como um potencial futuro, mas como realidade presente.

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