sábado, 4 de junho de 2011

Clima se mantém tenso em manifestação dos bombeiros

Para líder dos bombeiros, o governador Sérgio Cabral é omisso e não podia governar
Rio de Janeiro, Brasil – Ainda é tenso o clima no Rio de Janeiro devido à manifestação dos bombeiros por melhores salários e condições de trabalho. A mobilização começou na tarde de ontem, 03, em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) [foto], no Centro da capital fluminense. A categoria reivindica aumento do piso mínimo para R$ 2 mil. De acordo com as informações, hoje este valor é da ordem de R$ 950.
Já no início da noite, centenas de manifestantes iniciaram uma passeata e interromperam o trânsito em várias ruas da região até chegarem ao Quartel Central da corporação, na Praça da República. O local foi invadido por mais de dois mil bombeiros, que ocuparam o pátio e só concordavam em deixar o local depois de negociar com o governador Sérgio Cabral, o vice, Luiz Fernando Pezão, ou o comandante-geral dos bombeiros, coronel Pedro Machado. Essa situação acabou não aconteceu e eles passaram a noite no local.
Invasão
Já na manhã deste sábado, 04, por volta das 6h, agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) invadiram
o Quartel Central do Corpo de Bombeiros [foto].
De acordo com os policiais, foram usadas apenas armas não-letais, como bombas de efeito moral. Contudo, testemunhas informaram que alguns agentes estariam armados com fuzis.
A entrada do Bope deixou o clima ainda mais tenso. Ao todo, 439 bombeiros acabaram presos. Eles deixaram o quartel em ônibus da Polícia Militar. Inicialmente, eles foram levados para a sede do Batalhão de Choque da PM, no Centro do Rio. Depois, os bombeiros foram encaminhados para a Corregedoria da PM, em Neves, São Gonçalo, na região metropolitana.
Detenção
Ao chegarem à Corregedoria Interna da Polícia Militar, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, os bombeiros presos foram levados para um campo de futebol, onde todos
colocaram as mãos na cabeça e, num gesto de protesto, formaram a palavra SOS no campo [foto], estendendo uma bandeira do Brasil dentro da letra O. Depois, eles fizeram uma reunião e decidiram voltar para dentro dos 14 ônibus que os levaram para o local.
Acusação
No início da tarde, durante coletiva à imprensa no Palácio da Guanabara, o governador Sérgio Cabral [foto] falou
sobre a invasão dos manifestantes ao Quartel dos Bombeiros. Ele afirmou que a invasão foi um ato abominável e intolerável. "Não há negociação com vândalos, não negocio com vândalos", disse Cabral, que afirmou várias vezes que os 439 manifestantes detidos responderão criminalmente e administrativamente pelos seus atos. O processo administrativo já foi aberto por sua determinação, enquanto que o processo criminal depende do Ministério Público.
Crítica
Também na tarde de hoje, 04, por telefone, um dos líderes do movimento de protesto do Corpo de Bombeiros, o cabo
Benevenuto Daciolo [foto], afirmou ao portal Terra, que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, "é omisso, tem muitos adjetivos, mas não poderia ser governador". Segundo o bombeiro, que está entre 439 detidos, a corporação vive "um problema ditatorial em pleno século XXI". Com a voz bastante rouca, ele afirmou que os bombeiros foram colocados em ônibus e levados à Corregedoria da Polícia Militar, onde muitos ficaram deitados "no chão frio".
Apoio
Ainda nesta tarde, cerca de 200 bombeiros realizam manifestação no viaduto Alim Pedro, em Campo Grande, zona Oeste do Rio de Janeiro, apoiando o movimento dos agentes iniciado na tarde de ontem, 03, por aumento salarial e melhores condições de trabalho.
A Assessoria do Corpo de Bombeiros informou que não sabia do protesto em Campo Grande. Ainda de acordo com a corporação, os quartéis funcionam normalmente, sem paralisação.

(*) Com informações Terra e R7

Um comentário:

  1. Prezado Carlos, fico-lhe grato pelo comentário e reafirmo o caráter democrático deste blog, aberto às diversas manifestações. Grande abraço e bons dias a todos.

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