quinta-feira, 23 de junho de 2011

Conselho de Lazio aprova moção pró-extradição

Advogado do governo diz que pode recorrer ao Tribunal de Haia para que Battisti cumpra pena

Roma, Itália – A decisão do governo brasileiro, em conceder a permanência do italiano Cesare Battisti no país, tanto para morar quanto trabalhar, continua a provocar muitas críticas e reações na Itália, que já anunciou a intenção de recorrer à Justiça Internacional.
O advogado do governo italiano no Brasil, Nabor Bulhões
[foto], diz que, se necessário, não dispensará recurso e denúncia de descumprimento a acordo bilateral no Tribunal Internacional de Justiça de Haia, na Holanda, para conseguir a extradição do ex-ativista. “Se a solução por via de conciliação não puder ser estabelecida, surge a possibilidade de intervenção da Corte Internacional de Justiça, em Haia”, aponta.
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália à revelia, acusado de quatro assassinatos na década de 1970. Ex-militante de grupo de esquerda, ele sempre negou os crimes.
Reforço
Hoje, 23, o Conselho Regional de Lazio, órgão legislativo da região italiana, aprovou e irá enviar à presidente do Brasil, Dilma Rousseff, uma moção a favor da extradição do ex-ativista de esquerda. O projeto é do parlamentar Carlo De Romanis, do partido Povo da Liberdade (PDL), o mesmo do premier, Silvio Berlusconi.
De acordo com a agência de notícias Ansa, a proposta prevê que a presidente da região de Lazio, Renata Polverini [foto],
atue em todas as ocasiões possíveis para sensibilizar o governo brasileiro para voltar atrás na decisão sobre a situação do ex-militante de esquerda condenado à prisão perpétua na Itália.
Além de ser enviada ao governo brasileiro, esta moção deverá passar pela Câmara dos Deputados e Senado italianos, Presidência do Conselho de Ministros do país, Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) e Conselho da União Europeia (órgão que representa os Estados-membros).
Mobilização
A partir de amanhã, 24, até o próximo domingo, 26, Bogotá, na Colômbia [imagem], será palco-sede para, pela primeira vez em uma cidade latino-americana, receber o “Fórum Liberdade da União Internacional de Juventude
Democrata”
, um encontro internacional de jovens conservadores, e a juventude do PDL anunciou hoje, 23, que irá levar a discussão sobre o caso de Battisti.
De acordo com um comunicado da juventude do PDL, "o fato de que essa conferência ocorra em um país Sul-americano nos permitirá contar os crimes, reconhecidos por sentenças na Itália, que mancham Battisti (...) crimes que passaram sem uma condenação por causa da decisão injusta tomada pelas autoridades jurídicas brasileiras", acrescenta o texto.
Enquanto Isso
Battisti [foto] está em São Paulo, mas, por orientação do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, não gravou entrevista.
“Ele tem que evitar, sob meu conselho e dos advogados que atuam na sua defesa, algum tipo de pronunciamento que possa ser julgado controvertido ou polêmico. Tem que ter perfil baixo, humilde, tranquilo para começar a sua vida”, explica Greenhalgh.
Conforme informações, o ex-ativista, que aguarda pelo visto de permanência a ser expedido pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, irá trabalhar como tradutor em uma editora de São Paulo.

(*) Com informação SRZD e ANSA

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