sábado, 4 de junho de 2011

"Marcha das Vadias" é realizada em São Paulo sem incidentes

São Paulo, Brasil – A Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco na tarde de hoje, 04, para a "Marcha das Vadias", que protesta contra o machismo e a violência sexual, movimento que já passou por 15 cidades do mundo e deverá chegar a outras dezenas ainda neste ano, como na capital mineira, Belo Horizonte, que recebe o evento no próximo dia 18.
Origem
A "Slut Walk", nome oficial do movimento em inglês, começou em Toronto, no Canadá, em resposta a polícia que sugeriu, numa entrevista à televisão, que as universitárias não deviam se vestir como "vadias" ("sluts", em inglês) para diminuir o risco de serem violentadas.
No Brasil, a marcha foi organizada através da rede social Facebook e adotada por militantes de grupos feministas.
Adesão
Ao contrário do que aconteceu em outros países, a maioria das manifestantes brasileiras não aderiu às saias curtas, decotes e barrigas à mostra para protestar contra a mentalidade que culpa a forma de vestir da mulher pelas violações e pela violência sexual.
"Violação é uma questão de poder, não de sexo", dizia um cartaz segurado por uma manifestante. Outros faziam críticas aos padrões de beleza e às cobranças da sociedade para que as mulheres tenham um comportamento passivo.
Avaliação
O psicanalista Stelio de Carvalho Neto considerou que a submissão da mulher pode fazer parte da fantasia humana, mas torna-se patológica quando é concretizada, como numa violação. O especialista lembrou que, se as roupas fossem motivadoras desse tipo de violência, ela não seria praticada contra idosas ou crianças, por exemplo.
Conduta
Episódios como o do policial canadense foram registados recentemente no Brasil e lembrados durante o protesto.
Há poucas semanas, o comediante Rafael Bastos gerou grande polemica ao afirmar, num espetáculo de humor, que as mulheres feias deviam "dar graças a Deus" ao serem violadas.
Em 2009, o país parou para assistir ao vídeo postado no Youtube em que a estudante Geisy Arruda era hostilizada por colegas de universidade. Na ocasião, houve quem defendesse a atitude dos estudantes, em virtude do tamanho diminuto do vestido cor-de-rosa de Geisy.
"Há uma imagem construída do Brasil em outros países por causa do Carnaval, mas aqui o machismo perpetua na forma de opressão", afirmou a estudante Thamy Radomile, de 23 anos, que aderiu à manifestação como militante do grupo feminista “Marcha Mundial das Mulheres”.
Participação
A expectativa dos organizadores era reunir cerca de 1.500 manifestantes, todavia, o número de participantes ficou muito aquém do esperado.
Para a analista de relações internacionais Mariane Rodrigues, de 27 anos, o conservadorismo ajuda a explicar a baixa adesão. "As mulheres daqui são conservadoras e despolitizadas, não querem ser enquadradas como 'vagabundas'", declarou, em referência ao nome da marcha.
Manifestação
Apesar de o número de participantes não ter alcançado o esperado, as ativistas brasileiras que foram à Avenida Paulista levaram e deixaram seu recado em frases e mensagem nos mais diversos tipos de cartazes.
Algumas dessas frases chamaram a atenção para a questão feminina. Veja algumas abaixo:
- “Se o Papa engravidasse o aborto seria legalizado”;
- “Sou Mulher, não Sex Toy”;
- “Não Sou Santa, Não Sou Puta, Sou Livre”;
- “Pelo Fim da Globalização do Silicone”;
- “Minha Roupa Não é Meu Consentimento”.

(*) Com informações SIC Notícias

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