segunda-feira, 20 de junho de 2011

Refém morre em troca de tiros com a PM

Supervisor feito refém morreu baleado após bandidos furarem blitz e trocarem tiros com PM’s


Rio de Janeiro, RJ – Refém de bandidos que o teriam rendido em Niterói, o supervisor de vendas, Aloysio Mattos Martins Júnior, 45, acabou morto durante uma troca de tiros entre os criminosos e policiais militares (PM’s) que faziam uma blitz na Rua Couto Magalhães, em Benfica, nesta segunda-feira, 20.
De acordo com a Polícia Militar (PM), dois homens que ocupavam os bancos da frente do Honda Fit, placa KZQ-1726 [foto], não pararam no bloqueio e entraram em confronto com os PM’s. Os disparos atingiram Aloysio no banco de trás. Os bandidos ainda seguiram até o Largo de Benfica, onde abandonaram o veículo.
O delegado Aguinaldo Ribeiro da Silva, titular da 21ª DP (Bonsucesso), ouviu, nesta manhã, o depoimento de um
homem que deu entrada, ferido, no Hospital Federal de Bonsucesso [foto - clique para ampliar]. O rapaz, que não teve o nome revelado, teria confessado participação no sequestro. Mais cedo, não havia informações precisas sobre o motivo de o carro ter furado o bloqueio policial. Aloysio chegou a ser levado para o Hospital Federal de Bonsucesso, mas não resistiu aos ferimentos.
Perfil
Ontem, 19, foi aniversário de Aloysio, que comemorava a data em casa, no bairro do Cubango, em Niterói. De acordo com o contador Leonardo Serejo, amigo de infância de Aloysio que esteve com ele na festa, um outro amigo escorregou e machucou o ombro. O aniversariante, então, foi chamado para socorrê-lo.
"Ele já estava dormindo, mas foi prontamente ao hospital. Na volta, o amigo entrou em casa, na mesma rua, e ele só teve tempo de abrir o portão, depois não foi mais visto", disse Serejo.
A mulher de Aloysio contou que era de madrugada quando ela ouviu barulhos de uma moto perto do portão da residência do casal. Há suspeita de que o supervisor de vendas tenha sido rendido quando colocava o carro na garagem.
Segundo Serejo, o vendedor não era muito de festas, mas resolveu fazer a comemoração para inaugurar a reforma da casa. "Recentemente, a mulher do Aloysio recebeu uma herança: a residência foi reformada e eles trocaram de carro. Não sei se isso chamou a atenção dos bandidos".
Apaixonado por música, Aloysio chegou a ter uma banda na adolescência. Hoje, ainda tocava contrabaixo e cantava em reuniões com amigos. Ele também gostava de jogar futevôlei nas praias de Niterói com os amigos. Casado há mais de uma década, não tinha filhos.
Precaução
A blitz era realizada para impedir a fuga de bandidos da Mangueira [foto - clique para ampliar]. Os dois criminosos conseguiram fugir,
segundo policiais, em direção à Favela do Arará – que fica a cerca de dois quilômetros da Mangueira e é dominada pela mesma facção criminosa que agia na comunidade pacificada ontem.
De acordo com o Chefe do Estado Maior Administrativo, coronel Carlos Milagres, os acessos às comunidades que são da mesma fação criminosa que atuava na Mangueira estão ocupados para evitar atos de vandalismo. O coronel disse também que a missão da ocupação no domingo era "resgatar a comunidade para a cidade".
"Não adianta criar guerra dentro da comunidade. O objetivo ontem (domingo) não era prender nem apreender material", avaliou o coronel, acrescentando que a implantação das Unidades de Policiamento Pacificadora (UPP’s) não trouxe aumento da violência em outras regiões do Rio.
Retrospecto
Esta não é a primeira vez que um refém é morto durante troca de tiros entre bandidos e policiais. Em julho de 2008, o administrador Luiz Carlos Soares da Costa, 36, havia sido sequestrado em seu carro por um ladrão que o atacara num sinal de trânsito em Bonsucesso. O veículo foi perseguido por uma patrulha e metralhado pelos policiais militares. Segundo o laudo feito por peritos do Instituto Médico-Legal (IML), a bala que matou o administrador foi disparada por um fuzil de um policial militar. O bandido Jefferson Santos Leal, que dirigia o carro da vítima, também foi baleado e morreu três dias após o crime, no Hospital Federal de Bonsucesso.
Luiz Carlos foi rendido por volta das 21h do dia 14 de julho de 2008, num sinal na Leopoldo Bulhões. Ele voltava da academia de ginástica, na Rua Cardoso de Morais, no mesmo bairro, e seguia para casa, no Cachambi. Na hora, falava ao celular com a mulher. Ao ser rendido, o administrador foi obrigado a passar para o banco do carona. A perseguição se estendeu até a altura da Rua Bela. Segundo a PM, nesse momento o bandido parou o carro e começou a atirar. Imagens exclusivas, feitas por um cinegrafista do SBT, revelam que os policiais que
interceptaram o carro não agiram de maneira adequada. Tanto o administrador quanto o bandido aparecem sendo puxados do veículo sem qualquer cuidado pelos PM’s [foto - clique para ampliar]. Luiz Carlos ainda estaria vivo, mas os policiais não chamaram uma ambulância. As imagens mostram ainda a arma do ladrão no chão, ao lado do carro da vítima. No fim, um PM retira o Siena da rua, desfazendo a cena do crime.
No caso acontecido nesta segunda-feira, 20, não há nenhuma informação sobre atuação da PM em relação aos policiais militares que participaram da ação.

(*) Com informação Agência O Globo

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