quinta-feira, 7 de julho de 2011

Tombini vê inflação em queda e alerta para risco cambial

Nível das reservas internacionais é "adequado", mas está abaixo dos níveis de outras economias emergentes, como China e Rússia
Brasília, Brasil – A inflação no Brasil já começou a convergir para a meta central de 4,5% cento, refletindo a atuação do governo, e deixará de subir no acumulado em 12 meses a partir de setembro, afirmou esta semana o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini [foto], durante audiência no Senado.
Ele acrescentou que o país terá de ter "ousadia" para reduzir sua meta inflacionária no futuro, mas defendeu a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de ter mantido o alvo nesse patamar para 2013, argumentando que a reação da inflação global às políticas dos países avançados de elevação da liquidez ainda é incerta. "A decisão do CMN foi unânime, estamos lidando com uma segunda volta da crise no exterior", afirmou Tombini aos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos, acrescentando que "estamos em um mundo novo em relação à essa inflação (global)."
No médio prazo, segundo o presidente do BC, a tendência é de queda da taxa de juro real do país. "No curto prazo temos que nos assegurar de que a inflação convirja para a meta."
Tombini avaliou o nível atual das reservas internacionais como "adequado", mas ponderou que, como proporção da economia, ele está abaixo dos níveis de outras economias emergentes, como China e Rússia.
Ele frisou, ainda, a importância de o país "se defender" dos elevados fluxos de recursos vindos do exterior em um momento de elevada liquidez, mas alertou também para a importância de as empresas se protegerem de uma eventual reversão da tendência de desvalorização do dólar. "O câmbio flutuante flutua para os dois lados", afirmou ao destacar a importância de o setor privado fazer "hedge" (proteção) contra uma alta do dólar.
Inadimplência
Tombini afirmou, ainda, que indicadores antecedentes da inadimplência, que medem os atrasos entre 15 e 90 dias, começaram a recuar, o que indica redução à frente da inadimplência propriamente dita, definida como atrasos superiores à 90 dias.
Ele frisou que o crescimento do crédito no país tem sido baseado principalmente na incorporação de novos tomadores ao mercado de crédito, e não no aumento do valor de empréstimos obtidos pelos mesmos tomadores, como ocorreu em países que enfrentaram bolhas de crédito.
A expansão da classe média e a formalização do trabalho têm sustentado essa expansão da base no país, segundo Tombini.
Para o presidente do BC, as perspectivas para a economia brasileira nos próximos anos são de "crescimento forte e sustentável", com várias oportunidades de investimento.

(*) Com informação Reuters

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