terça-feira, 4 de outubro de 2011

Atentado suicida mata pelo menos 70 pessoas na Somália

Mogadíscio, Somália - A milícia fundamentalista islâmica Al Shabab matou pelo menos 70 pessoas nesta terça-feira, 04, e feriu mais de 50, em atentado suicida em um complexo de edifícios do governo no Centro de Mogadíscio, na Somália, conforme informações repassadas à Agência Efe por fontes dos serviços de emergência.
"Recolhemos 65 cadáveres e outras 50 pessoas ficaram feridas, das quais cinco morreram após transferidas ao hospital", afirmou o diretor do serviço de ambulâncias de Mogadíscio, Ali Muse Mohamud.
"A cena é horrível. Nossas mentes não podem aceitar ver estas coisas, é traumático", acrescentou.
A maioria dos mortos são estudantes que estavam no complexo atacado, onde também ficam os escritórios de três ministérios do Governo Federal de Transição da Somália (GFT), por isso membros do Governo também foram mortos.
Já o porta-voz da Polícia da Somália, coronel Abdulahi Hassan Barise, que chegou ao local dos fatos pouco depois do ataque, disse à Efe que tinham registrado 40 mortos, mas que é provável que o número aumente quando a operação de resgate for finalizada.
"Este é um desastre nacional, é desumano e um ato que um ser humano não pode aceitar", disse Barise.
Al Shabab, que é ligada ao grupo terrorista Al Qaeda, se responsabilizou pelo ataque em comunicado publicado no seu site.
"Por desejo de Deus, os mujahedins planejaram e executaram satisfatoriamente um ataque
sagrado sobre os ministérios do Governo apóstata", diz o texto. "O ataque tirou centenas de vidas do chamado Governo", complementa.
Repórteres da Efe que visitaram o local viram os cadáveres de 36 pessoas, a maioria civis, exceto por três soldados do Exército somali, e o que seria o terrorista suicida, cujo corpo carbonizado estava na entrada do complexo de edifícios.
As Forças de Segurança do Governo somali e a Missão da União Africana na Somália (AMISOM) mobilizaram vários soldados para ajudar a retirar os corpos do local do atentado, levar os feridos ao hospital e normalizar a situação nos arredores do edifício.
Hassan Ali Osman, de 36 anos, guarda nos escritórios do Departamento de Investigação Criminal (CID, na sigla em inglês) ficou ferido no ataque e assegurou que viu um caminhão chegando até o complexo e explodindo.
"Havia dois homens no caminhão. Um deles saltou do veículo, e o outro, o motorista, dirigiu o caminhão até a porta e depois explodiu", afirmou.
De acordo com a testemunha, o homem que saltou do veículo e também morreu, não parecia ser somali.
Embora Al Shabab já tenha feito vários atentados terroristas, esta é a segunda vez que os estudantes são seu alvo.
Em dezembro de 2009, os fundamentalistas realizaram um atentado contra um hotel em Mogadíscio, onde acontecia uma cerimônia de formatura, no qual morreram quatro ministros do Governo de transição, três jornalistas, quatro médicos e 29 estudantes.
O atentado desta terça-feira acontece após a suposta retirada de Al Shabab de Mogadíscio, no início do mês de agosto, considerada "uma mudança tática" pelos radicais e uma vitória pelo Governo.
Entretanto, Al Shabab, que ainda domina boa parte do sul do país, anunciou então que optaria por uma guerra de guerrilhas, ao invés do enfrentamento direto que praticavam até o momento.
Al Shabab luta contra as tropas do Governo somali e da AMISOM para instaurar na região um estado muçulmano de corte wahhabista.
A Somália vive em permanente guerra civil e carece de um Governo efetivo desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre, que deixou o país nas mãos de senhores de guerra tribais, milícias islâmicas e grupos de delinquentes armados.

(*) Com informação Terra, EFE, AFP e Reuters

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