segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tribunal italiano inocenta Amanda Knox

Estudante norte-americana diz que não matou a sua colega de apartamento e garante que é inocente
Roma, Itália - Amanda Knox acaba de ser absolvida pelo tribunal de recurso da cidade italiana de Perugia, que ordenou a sua libertação imediata. Tinha sido acusada pelo assassínio da sua colega de apartamento, a britânica Meredith Kercher, em 2007.
A estudante norte-americana e aquele que era seu namorado na altura do crime, Raffaele Sollecito, foram levados para o tribunal de recurso de Peruggia, Itália, onde estavam sendo julgados pelo assassinato da britânica Meredith Kercher, que em novembro de 2007 foi encontrada morta no apartamento que partilhava com Knox, depois de ter sido esfaqueada e violada, segundo os resultados da autópsia.
“Paguei por um crime que não cometi”, disse Knox durante as alegações finais que
decorreram nesta segunda-feira à tarde. A estudante norte-americana está detida desde a morte de Kercher. Emocionada, disse ao tribunal que quer “voltar para casa” e, em lágrimas, considerou as acusações “injustas e sem fundamento”.
“Eu não matei, não violei, não roubei. Eu não estava lá”, disse perante o juiz. E adiantou: “Eu não sou quem dizem que sou. A perversão, a violência, a falta de respeito pela vida. Eu não fiz o que dizem que fiz.”
Knox foi condenada, em 2009, a 25 anos de prisão e o seu pai adiantou à BBC que ela passou os últimos três meses a preparar a sua intervenção de hoje. Também Raffaele Sollecito, de 27 anos, foi condenado a 25 anos de prisão por envolvimento no homicídio de Meredith Kercher, negou tê-la acusado do crime. “Ouvi dizer que acusei Amanda, mas isso não é verdade, é completamente falso”, disse.
Grande parte da acusação tem-se baseado nos vestígios de DNA encontrados numa faca que teria sido usada no crime, enquanto a defesa tem procurado pôr em causa testemunhos que apontam para a presença de Amanda Knox e Raffaele Sollecito no local do crime. Meredith Kercher foi encontrada morta no seu quarto na noite de 1 de novembro de 2007; foi esfaqueada 43 vezes e violada, segundo os resultados da autópsia.
Amanda Knox garantiu ter “boas relações com todas as pessoas que viviam no apartamento” e sublinhou que partilhava a sua vida “particularmente com Meredith”. Pediu justiça no julgamento do homicídio da sua colega de quarto e garantiu que “nunca quis fugir à verdade”.
Durante o julgamento, que foi acompanhado por cerca de 400 jornalistas, Amanda Knox disse que quer regressar à sua casa em Seattle, nos EUA, e repetiu por diversas vezes que é inocente. Tal como Raffaele Sollecito, que negou ter “feito mal a qualquer pessoa”.
Lembrar Meredith
Pouco após as declarações de Amanda Knox, o irmão de Meredith Kercher, Lyle Kercher,
disse que “é muito difícil falar de perdão neste momento”, e a irmã, Stephanie Kercher [foto - Stephanie ao lado da mãe Arline Kercher (esq.)], lamentou que Meredith tenha sido “praticamente esquecida em todo este processo”. E adiantou: “O que todos precisamos de lembrar é a brutalidade do que aconteceu e tudo o que Meredith deverá ter sentido naquela noite.”
A família de Amanda Knox já anunciou que irá pedir o repatriamento imediato. “Estamos muito confiantes porque a defesa demonstrou claramente que Amanda está inocente”, disse, à AFP, a mãe da acusada, Edda Mellas.
A procuradoria já manifestou que irá levar o caso ao Supremo. A acusação sustenta a culpa de Knox no fato de o seu DNA ter sido encontrado no cabo de uma faca cuja lâmina continha o sangue da vítima, mas uma reavaliação do material forense por um painel independente descobriu 54 “erros grosseiros” dos investigadores na recolha de provas, levando à sua exclusão.

(*) Com informação Público.PT, Terra e AFP

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