quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Facebook tira do ar páginas com piadas sobre estupro

O site de relacionamentos Facebook retirou do ar diversas páginas que faziam piadas sobre estupro, depois de receber críticas de ativistas e anunciantes, entre elas a polêmica "You know she's playing hard to get when you're chasing her down an alleyway" (em tradução livre, "Você sabe que ela está bancando a difícil quando você corre atrás dela num beco escuro").
"Não há espaço no Facebook para conteúdo raivoso, ameaçador ou que incite violência", disse a organização.
Apesar disso, mensagens polêmicas podem ser mantidas, se seus administradores as classificarem como humorosas ou satíricas.
Orlagh, uma estudante de Belfast, na Irlanda do Norte, que tem 22 anos e não quis revelar seu sobrenome, disse à BBC que viu a página e ficou preocupada. "Isso não é só uma piada. Tem pessoas ali (na página) que defendem o estupro e tem pessoas ali que estão, aparentemente, confessando ter estuprado".
"O Facebook é uma força social significativa e a forma como o site vê a mulher é preocupante, já que (imagens de) mulheres amamentando são consideradas obscenas e estupro não". O comentário de Orlagh é uma referência ao fato de que o site retirou do ar imagens de mães amamentando.
Denúncias
"Nós levamos denúncias de material ofensivo ou questionável muito a sério", disse o Facebook à BBC.
"No entanto, também queremos que o Facebook seja um lugar onde as pessoas podem discutir questões abertamente e expressar suas visões, ao mesmo tempo respeitando os direitos e sentimentos dos outros."
"Grupos ou páginas que expressam opiniões sobre um país, instituição ou crença - mesmo que esta opinião seja ofensiva ou absurda para alguns - não infringem nossas políticas. Essas discussões online são um reflexo daquelas que ocorrem fora da rede, onde as conversas ocorrem livremente."
A linguagem formal da declaração contrasta com os comentários feitos anteriormente pela empresa.
Em agosto, o Facebook disse: "Contar uma piada de mau gosto não vai fazer você ser expulso do seu bar local, assim como não vai fazer você ser retirado do Facebook."
Críticas
A relutância inicial da empresa em intervir provocou críticas de ativistas, além de reclamações de anunciantes, que não queriam ser associados à páginas polêmicas.
Entidades de apoio a vítimas de estupro e defesa das mulheres elogiaram a decisão de remover as páginas, mas disseram querer ainda mais do Facebook. "Simplesmente retirar as páginas do ar não é suficiente", disse Jane Osmond, do website Women's Views On News (Opiniões das Mulheres Sobre o Noticiário).
"O público precisa saber se o Facebook mudou sua posição, ou se apenas removeu as páginas para proteger sua imagem pública."
Especialistas dizem que a situação é delicada para o Facebook.
"É uma linha tênue para o Facebook. O risco é que ele comece a ser associado com atos como o governo americano combatendo o Wikileaks ou os chineses restringindo o Google", disse a consultora de mídia Theresa Wise. "Por outro lado, sua receita comercial depende de o site não ser relacionado a sentimentos públicos negativos."

(*) Com informação BBC e Reuters

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