sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Travesti é morto a pedradas em Várzea Grande

A violência não para. Em 55 dias – entre 1º de janeiro e 24 de fevereiro –, a Polícia registrou 59 assassinatos na Grande Cuiabá

Várzea Grande, MT – Contrariando todas as expectativas de baixar a violência em 2012, a Grande Cuiabá, no estado do Mato Grosso, continua registrando mais de um assassinato por dia. Em 24 dias deste mês de fevereiro, 27 pessoas já foram vítimas de tiros, facadas, pedradas, pauladas e tijoladas, como aconteceu por volta das 12 horas desta sexta-feira, 24, quando um travesti foi executado com requintes de crueldade em mais um crime homofóbico e recheado de preconceitos. A vítima teve o corpo e, principalmente, a cabeça deformados.
Um travesti, cuja identidade ainda não foi confirmada, foi assassinado, em Várzea Grande. A vítima, encontrada no início desta tarde por pessoas que passavam pelo local, sofreu vários golpes de pedra no rosto, ainda estava viva e bastante ensanguentada quando policiais militares chegaram ao local. Antes de morrer, o travesti disse que dois homens passaram, pela manhã, na região do Zero Km e o pegaram para um programa. Em seguida, o levaram para a região conhecida como Formigueiro, no bairro São Matheus, e praticaram o crime. O travesti estava totalmente nu e foi localizado por volta das 12h.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas não houve tempo de atender a vítima que morreu no local. Investigadores da Polícia Civil já estão trabalhando no caso para, primeiramente, identificar a vítima. Uma equipe se deslocou para a região do Zero KM, onde a vítima disse que estava quando foi solicitado um programa, mas as garotas de programas que lá estavam durante esta tarde disseram que não conheciam a vítima.
O delegado Silas Tadeu, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), confirmou as informações da Polícia Militar, de que os PM’s ainda encontraram o travesti vivo, porém, bastante machucado. Ele também informou que ainda não é possível afirmar que tipo de objeto foi utilizado para desferir os golpes na região da cabeça.
A delegada Silvia Pauluzzi esteve no local e fez a liberação do corpo que já foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). Ela explica que até o momento, os investigadores não encontraram alguém que conhecia a vítima. “Todos os travestis e garotas de programa que trabalham no local à noite se conhecem, mas a vítima que fazia ponto no local durante o dia, não é conhecida de nenhum deles”, disse a delegada.
Nos 24 dias de fevereiro foram registrados 17 homicídios, três latrocínios – roubos seguidos de morte –, dois casos de lesões corporais seguidos de morte e a DHPP ainda investiga a localização de uma ossada humana e a localização de dois cadáveres, cujas mortes ainda são indeterminadas.

(*) Com informação 24HorasNews, Só Notícias e Gazeta Digital

Um comentário:

  1. gostaria de saber como faço para conversar com a delegada sílvia Pauluzzi?
    Aline souza.

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