sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Crise em Gaza: comunidade internacional dividida

Egito é considerado peça-chave para resolução do conflito, mas presidente já avisou que está do lado do Hamas e dos palestinos

De um lado o Egito e a Turquia, do outro a Europa. O apontar de dedos continua e a crise em Gaza adensa-se, com uma guerra cada vez mais à vista, face a possibilidade de Israel invadir o enclave palestino.
O presidente do Egito, Mohamed Morsi, disse que os ataques de Israel à Faixa de Gaza são uma clamorosa “agressão contra a humanidade” e assegurou que o Cairo “não vai deixar Gaza desamparada”, informou a agência oficial de notícias MENA. Morsi discursava após as orações desta sexta-feira, 16, numa mesquita no Cairo.
Estas frases surgem pouco depois do seu primeiro-ministro, Hisham Kandil, ter visitado o território. “O Egito de hoje não é o Egito de ontem, e os árabes de hoje não são os árabes de ontem”, avisa Morsi.
A Irmandade Muçulmana, considerada como mentora espiritual do Hamas e que garantiu a chegada de Mursi ao poder, declarou esta sexta-feira como “Dia de Cólera” no mundo árabe em apoio aos palestinos.
O primeiro-ministro egípcio não tem visão diferente. Após a visita de três horas a Gaza, Hesham Kandil disse que o seu país “não poupará esforços” para impor o cessar-fogo, apelidando a ação israelita como “Um desastre”.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, reiterou o apoio do seu país aos palestinos de Gaza e pediu a Israel que pare com a atitude hostil. Para este sábado, 17, está já agendado um encontro no Cairo entre Morsi e Erdogan.
Diplomacia
Os meios de comunicação social egípcios noticiaram que Morsi falou ao telefone com Barack Obama, François Hollande e com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Pediram-lhe para tentar “negociar suavemente para que Israel parasse a agressão a Gaza”, enquanto o presidente do Egito terá respondido: “Os israelitas devem perceber que a agressão contra os palestinianos é inaceitável para nós e poderá comprometer a estabilidade na região. O povo do Egito apoia o Hamas e Gaza”.
A União Europeia, por seu lado, fez um apelo a Israel para dar uma “resposta proporcional”. Em comunicado, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, disse estar “profundamente preocupada” com a escalada de violência, lamentando a perda de vidas humanas dos dois lados do conflito.
“Os ataques com rockets por parte do Hamas e de outros grupos de Gaza, que provocaram a crise atual, são totalmente inaceitáveis e devem parar. Israel tem o direito de proteger a sua população desse tipo de ataques”, afirmou Ashton.
Também o rei Abdullah, da Arábia Saudita, apelou à calma e sabedoria, num telefonema ao presidente egípcio. Vladimir Putin disse, também por telefone, que apoia o Egito “nos esforços para normalizar a situação”.

(*) Com informação tvi.pt

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