domingo, 25 de julho de 2021

CAMPESTRENSE É DESTAQUE NAS OLIMPÍADAS

Bruna de Paula arremessa em jogo do
Brasil contra a equipe russa na Olimpíada
de Tóquio
. (Foto: Wander Roberto/COB)

De vendedora de picolé na infância a atleta de alto rendimento no handebol

Filha de uma catadora de café, nascida na cidade de Campestre, município do Sul de Minas Gerais, Bruna de Paula, 24, a Bruninha de Campestre, que chegou a vender picolés pelas ruas da cidade durante o duro período de sua infância, é uma das brasileiras a se destacar nos jogos olímpicos Tóquio 2020. Ainda durante sua infância ela também trabalhou em uma oficina mecânica.

A armadora esquerda, camisa dois da seleção brasileira de handebol, com sua velocidade e com incrível impulsão, levou a equipe ao empate em 24 gols durante a estreia contra o time russo, atual campeão olímpico da modalidade, em jogo disputado no Yoyogi National Stadium, na madrugada deste domingo, 25.

O potencial da filha de dona Marinalva foi descoberto logo cedo pelo seu professor Eloy Sartini, ainda na pequena Campestre, distante a pouco mais de 400 quilômetros da capital mineira, Belo Horizonte.

A força, plasticidade de jogo e coordenação incomum de movimentação são pontos marcantes e sempre estiveram presentes na vida da, hoje, atleta de alto rendimento, tanto que, em 2015, aos 18 anos, Bruna já se destacava na equipe de handebol de São José dos Campos. “Ela tem muita velocidade e sua impulsão é espantosa”, contou o auxiliar técnico da equipe paulista, o professor Chico Silva.

Os potenciais da atleta, há seis anos, já induziam às previsões que, ano após ano, iriam se concretizar. “Ela vai ser jogadora da seleção e uma das melhores do mundo”, previa o professor Chico Silva.

A menina que vendia picolés nas ruas da pacata Campestre, e que lutou com muitas dificuldades na infância, se transformou em extraordinária jogadora, não só da seleção, mas também do time francês que defende atualmente: o Metz.

A mãe Marinalva, que tem outras quatro filhas, lembra o quanto elas choraram no dia em que Bruna deixou sua casa em Campestre para ir treinar em São Paulo. “No dia que ela foi viajar, nem levou tênis em sua mala. Eu trabalhava na colheita do café e nós não tínhamos dinheiro para comprar. A Bruna partiu com a cara e a coragem”, confessou.

Durante sua infância, o que Bruna mais gostava era jogar futebol, mas, já em sua adolescência, foram essa coragem, seu potencial, sua dedicação e sua história que sempre estiveram presentes no seu dia a dia e a levaram a alcançar esse destaque mundial.

A armadora da seleção brasileira de handebol acumula sucesso e vitórias ao longo de sua vida de atleta. Aos 24 anos de idade, Bruna acrescentou mais uma estrela à sua carreira nesta temporada, ao ser campeã da Liga Europeia de handebol, defendendo a equipe francesa do Nantes Atlantique.

Além disso, Bruna foi artilheira e a jogadora destaque da competição, com a média de seis gols por jogo. Quase o mesmo número de gols marcados contra as russas na estreia olímpica do Brasil nas Olimpíadas Tóquio 2020. “Marquei sete”, me disse Bruna, por telefone, quase uma hora após o jogo. E seriam oito se, caprichosamente, a bola arremessada a poucos minutos do encerramento da partida não tivesse se chocado contra a trave da goleira russa Kalinka.

A marca fez de Bruna a artilheira não somente do Brasil, mas da partida. “Foi um jogo difícil, mas em nenhum momento deixamos de acreditar!”, admiti a armadora que usa todo o seu vigor físico para ser essa jogadora incrível, observando que “é verdade que a velocidade e o salto são meus pontos fortes, então faço tudo para sobressair nesses aspectos”.

Outro aspecto salientado pela atleta é a perda de peso com o esforço feito na quadra, algo que é bastante comum para ela. “Mas, até o jogo contra a Hungria, eu terei um tempinho de descanso e sempre me recupero”.

E como não poderia deixar de ser, tendo em vista toda a sua história, assim que o jogo de estreia terminou Bruna buscou compartilhar a felicidade com a família, que ficou no Brasil. “Eu peguei o celular e liguei para a minha família. Lá em casa está tudo bem!”. E com certeza dona Marinalva está orgulhosa com mais uma façanha da filha veloz e voadora.

Fonte: Portal Uol

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