Saiba identificar os sintomas da Covid-19 em suas diferentes variantes
Variante é um termo utilizado para fazer referência às alterações genéticas que foram identificadas num determinado agente infeccioso, que podem fazer com que tenha maior capacidade de infecção e/ou transmissão, assim como maior resistência à ação do sistema imunológico, por exemplo.
As mutações do mesmo vírus
apresentam características diferentes que pode ajudar a perceber com qual das duas está infetado. (Crédito: Reprodução/Pexels) |
As variantes são mais comuns de acontecerem em vírus, já
que o material genético é, na sua maioria, constituído por RNA, que é menos
estável que o DNA e que, por isso, tem maior probabilidade de sofrer alterações
ao longo do tempo.
De forma geral, o que se sabe até ao momento é que as
variantes da COVID-19 são, de fato, mais fáceis de transmitir, mas ainda não
existem evidências que mostrem que as variantes possam causar casos mais graves
da doença. No entanto, são ainda necessários mais estudos que avaliem o comportamento
dessas variantes e seus efeitos no organismo.
A OMS (Organização Mundial
de Saúde) divide as variantes da COVID-19 em dois grupos: variantes de
preocupação e variantes de interesse:
Variantes
de Preocupação
As variantes de preocupação são aquelas que parecem se transmitir
mais facilmente e apresentam maior potencial de causar infecções graves. Nesta
categoria estão presentes quatro variantes:
1. Variante Alfa – Reino Unido
(B.1.1.7)
A variante do Reino Unido (B.1.1.7), também conhecida por
variante Alfa, foi primeiramente identificada em setembro de 2020, tendo sido
verificada a presença de 17 mutações em relação ao coronavírus "original".
Dentre essas 17 mutações, oito estão relacionadas com a proteína S, que é a
proteína presente na superfície do vírus e que permite que se ligue às células
humanas, resultando na infecção.
O que significa: como
consequência das mutações, a variante do Reino Unido consegue se ligar melhor
às células humanas, dificultando o trabalho do sistema imune para
"quebrar" essa ligação, o que faz com que qualquer pessoa que entre
em contato com esta variante tenha maiores chances de ficar doente do que com a
variante "original". Além disso, como esta variante se espalhou muito
rápido pelo Reino Unido, também se considera que tem maior capacidade de
transmissão.
É
mais grave? Alguns
estudos demonstraram que a infecção com esta variante poderia estar relacionada
com maior taxa de hospitalização e mortalidade, no entanto, essa relação também
poderia ser explicada pelo grande aumento do número de casos em pouco tempo, o
que acabou sobrecarregando o sistema de saúde, atrasando o início do tratamento
e medidas de suporte. Dessa forma, são necessários mais estudos para entender a
real gravidade desta variante.
2. Variante Beta – África do
Sul (B.1.351/B.1.351.2/B.1.351.3)
A variante da África do Sul (B.1.351/ B.1.351.2/
B.1.351.3), também conhecida como variante Beta, foi primeiramente identificada
em outubro de 2020 e, assim como a variante do Reino Unido, apresenta também
algumas mutações na proteína S, o que faz com que o vírus se prenda melhor às células
humanas, resultando em infecção.
O
que significa: esta variante apresenta maior
transmissibilidade e é capaz de diminuir a ação dos anticorpos, o que dificulta
o tratamento e recuperação da pessoa.OMS divide variantes da
COVID-19
entre variantes de preocupação e
variantes de interesse.
(Croédito:
Foto reprodução)
É
mais grave? Ainda não existem evidências científicas que
indiquem que essa variante está relacionada com casos mais graves de COVID-19.
3. Variante Delta – Índia (B.1.617.2/AY.1/AY.2)
A variante da Índia (B.1.617.2/ AY.1/ AY.2), conhecida também
por variante Delta, foi identificada entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021
e também apresenta mutações na proteína S, favorecendo a infecção.
Em junho de 2021 foi
identificada na Índia uma mutação na variante Delta, que passou a ser conhecida
como variante Delta Plus, no entanto, ainda são necessários estudos que avaliem
o comportamento dessa variável.
O
que significa: assim como as outras variantes, as mutações
da variante Indiana aumentam a capacidade de transmissão do vírus.
É
mais grave? Foi verificado que a variante B.1.617.1 é
capaz de escapar da atividade dos anticorpos, enquanto que as variáveis
B.1.617.2 e B.1.617.3 são capazes de neutralizar a resposta imunológica do
corpo, fazendo com que o vírus sobreviva mais facilmente no corpo, favorecendo
a infecção. De acordo com os cientistas, a variante Delta Plus é também capaz
de "driblar" a ação do sistema imune, causando infecção mais
facilmente. No entanto, são necessários mais estudos para entender se isso se
traduz numa infecção mais grave por COVID-19.
4. Variante Gama – Brasil (P.1/P.1.1/P.1.2)
A variante brasileira (P.1/P.1.1/P.1.2), também conhecida
como variante Gama, foi primeiramente identificada em dezembro de 2020 e
apresenta 17 mutações, sendo 12 localizadas na proteína S e três no receptor
presente nessa proteína, o que aumenta a afinidade de ligação entre o vírus e
as células humanas.
O
que significa: a taxa de transmissibilidade da variante
brasileira é de até 2,4 vezes superior à variante "original" do
coronavírus.
É
mais grave? Os principais estudos indicam que esta
variante é até 61% mais capaz de neutralizar e escapar da atividade dos
anticorpos circulantes no organismo contra o vírus, aumentando o risco de
reinfecção, principalmente nos casos das pessoas que não foram imunizadas ou
que apenas tomaram uma dose da vacina. Porém, ainda não se consegue comprovar
que esta variante provoque uma infecção mais grave, sendo necessários mais
estudos.
Recentemente, foi também
identificada a variante P.1.2, que surgiu como consequência de uma mutação na
variante de Manaus, a variante P.1. No entanto, ainda não existem estudos que
indiquem se essa variante é mais letal ou mais transmissível.
Variantes
de Interesse
Já as variantes de interesse são aquelas que também foram
identificadas, mas que ainda não parecem apresentar a mesma facilidade de
transmissão ou de gravidade das variantes de preocupação.
Nesta categoria estão presentes sete variantes:
Variante Épsilon (B.1427 e
B.1429): identificada na Califórnia;
Variante Zeta (P.2):
identificada no Brasil;
Variante Eta (B.1525): identificada
na Nigéria;
Variante Teta (P.3 e
B.1.616): identificada nas Filipinas e na França;
Variante Iota (B.1526):
identificada nos Estados Unidos;
Variante Capa (B.1617.1; B1.620
e B.1.621): identificada na Índia e Colombia; e,
Variante Lambda (C.37):
identificada no Peru.
Todas as variantes de interesse, assim como as de
preocupação, estão em constante monitorização e avaliação.
Sintomas
das Variantes
Até o momento não foram identificadas diferenças em
termos de sintomas entre as variantes e, por isso, a única forma de identificar
o tipo de variante responsável pela infecção é através de exame laboratorial
molecular, em que é feita a identificação das mutações que são características
de cada tipo de variante.
Assim, os sintomas de atenção continuam sendo:
Tosse seca persistente;
Cansaço excessivo;
Febre acima de 38º C;
Dor generalizada;
Coriza; e,
Perda de paladar (gosto)
e/ou olfato (cheiro).
Faça o nosso teste online para saber se pode estar infectado
com COVID-19.
A identificação da variante é importante para a
epidemiologia, pois ao saber as características do vírus mais circulante na
região é possível estabelecer medidas de identificação do vírus, vigilância,
prevenção e controle da infecção mais eficazes, que permitem diminuir o número
de casos e até facilitar o tratamento. Veja o que fazer para prevenir a infecção pelo SARS-CoV-2.
Eficácia
das Vacinas x Variantes
Até o momento, todas as vacinas disponibilizadas são
eficazes contra as variantes circulantes, tendo sido verificado que a
administração da vacina é capaz de estimular de forma eficaz a resposta imunológica,
diminuir a transmissão do vírus e a incidência de infecção. No entanto, novos
estudos estão sendo realizados para avaliar a duração da imunidade contra essas
variantes, bem como o efeito sobre novas possíveis mutações do vírus. Saiba mais sobre as vacinas para COVID-19.
É possível ter duas
variantes ao mesmo tempo?
Embora seja considerada uma situação extremamente rara,
ficar infectado com duas variantes da COVID-19 ao mesmo tempo é possível. Até
ao momento são poucos os casos registrados, no entanto, a contaminação por duas
variantes em simultâneo já foi identificada em pacientes no Brasil e na
Bélgica. De acordo com os relatórios, a infecção por duas variantes não parece
produzir sintomas mais graves.
As variantes são mais comuns de acontecerem em vírus, já
que o material genético é, na sua maioria, constituído por RNA, que é menos
estável que o DNA e que, por isso, tem maior probabilidade de sofrer alterações
ao longo do tempo.
De forma geral, o que se sabe até ao momento é que as
variantes da COVID-19 são, de fato, mais fáceis de transmitir, mas ainda não
existem evidências que mostrem que as variantes possam causar casos mais graves
da doença. No entanto, são ainda necessários mais estudos que avaliem o comportamento
dessas variantes e seus efeitos no organismo.
A OMS (Organização Mundial
de Saúde) divide as variantes da COVID-19 em dois grupos: variantes de
preocupação e variantes de interesse:
Variantes
de Preocupação
As variantes de preocupação são aquelas que parecem se transmitir
mais facilmente e apresentam maior potencial de causar infecções graves. Nesta
categoria estão presentes quatro variantes:
1. Variante Alfa – Reino Unido
(B.1.1.7)
A variante do Reino Unido (B.1.1.7), também conhecida por
variante Alfa, foi primeiramente identificada em setembro de 2020, tendo sido
verificada a presença de 17 mutações em relação ao coronavírus "original".
Dentre essas 17 mutações, oito estão relacionadas com a proteína S, que é a
proteína presente na superfície do vírus e que permite que se ligue às células
humanas, resultando na infecção.
O que significa: como
consequência das mutações, a variante do Reino Unido consegue se ligar melhor
às células humanas, dificultando o trabalho do sistema imune para
"quebrar" essa ligação, o que faz com que qualquer pessoa que entre
em contato com esta variante tenha maiores chances de ficar doente do que com a
variante "original". Além disso, como esta variante se espalhou muito
rápido pelo Reino Unido, também se considera que tem maior capacidade de
transmissão.
É
mais grave? Alguns
estudos demonstraram que a infecção com esta variante poderia estar relacionada
com maior taxa de hospitalização e mortalidade, no entanto, essa relação também
poderia ser explicada pelo grande aumento do número de casos em pouco tempo, o
que acabou sobrecarregando o sistema de saúde, atrasando o início do tratamento
e medidas de suporte. Dessa forma, são necessários mais estudos para entender a
real gravidade desta variante.
2. Variante Beta – África do
Sul (B.1.351/B.1.351.2/B.1.351.3)
A variante da África do Sul (B.1.351/ B.1.351.2/
B.1.351.3), também conhecida como variante Beta, foi primeiramente identificada
em outubro de 2020 e, assim como a variante do Reino Unido, apresenta também
algumas mutações na proteína S, o que faz com que o vírus se prenda melhor às células
humanas, resultando em infecção.
O
que significa: esta variante apresenta maior
transmissibilidade e é capaz de diminuir a ação dos anticorpos, o que dificulta
o tratamento e recuperação da pessoa.
É
mais grave? Ainda não existem evidências científicas que
indiquem que essa variante está relacionada com casos mais graves de COVID-19.
3. Variante Delta – Índia (B.1.617.2/AY.1/AY.2)
A variante da Índia (B.1.617.2/ AY.1/ AY.2), conhecida também
por variante Delta, foi identificada entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021
e também apresenta mutações na proteína S, favorecendo a infecção.
Em junho de 2021 foi
identificada na Índia uma mutação na variante Delta, que passou a ser conhecida
como variante Delta Plus, no entanto, ainda são necessários estudos que avaliem
o comportamento dessa variável.
O
que significa: assim como as outras variantes, as mutações
da variante Indiana aumentam a capacidade de transmissão do vírus.
É
mais grave? Foi verificado que a variante B.1.617.1 é
capaz de escapar da atividade dos anticorpos, enquanto que as variáveis
B.1.617.2 e B.1.617.3 são capazes de neutralizar a resposta imunológica do
corpo, fazendo com que o vírus sobreviva mais facilmente no corpo, favorecendo
a infecção. De acordo com os cientistas, a variante Delta Plus é também capaz
de "driblar" a ação do sistema imune, causando infecção mais
facilmente. No entanto, são necessários mais estudos para entender se isso se
traduz numa infecção mais grave por COVID-19.
4. Variante Gama – Brasil (P.1/P.1.1/P.1.2)
A variante brasileira (P.1/P.1.1/P.1.2), também conhecida
como variante Gama, foi primeiramente identificada em dezembro de 2020 e
apresenta 17 mutações, sendo 12 localizadas na proteína S e três no receptor
presente nessa proteína, o que aumenta a afinidade de ligação entre o vírus e
as células humanas.
O
que significa: a taxa de transmissibilidade da variante
brasileira é de até 2,4 vezes superior à variante "original" do
coronavírus.
É
mais grave? Os principais estudos indicam que esta
variante é até 61% mais capaz de neutralizar e escapar da atividade dos
anticorpos circulantes no organismo contra o vírus, aumentando o risco de
reinfecção, principalmente nos casos das pessoas que não foram imunizadas ou
que apenas tomaram uma dose da vacina. Porém, ainda não se consegue comprovar
que esta variante provoque uma infecção mais grave, sendo necessários mais
estudos.
Recentemente, foi também
identificada a variante P.1.2, que surgiu como consequência de uma mutação na
variante de Manaus, a variante P.1. No entanto, ainda não existem estudos que
indiquem se essa variante é mais letal ou mais transmissível.
Variantes
de Interesse
Já as variantes de interesse são aquelas que também foram
identificadas, mas que ainda não parecem apresentar a mesma facilidade de
transmissão ou de gravidade das variantes de preocupação.
Nesta categoria estão presentes sete variantes:
Variante Épsilon (B.1427 e
B.1429): identificada na Califórnia;
Variante Zeta (P.2):
identificada no Brasil;
Variante Eta (B.1525): identificada
na Nigéria;
Variante Teta (P.3 e
B.1.616): identificada nas Filipinas e na França;
Variante Iota (B.1526):
identificada nos Estados Unidos;
Variante Capa (B.1617.1; B1.620
e B.1.621): identificada na Índia e Colombia; e,
Variante Lambda (C.37):
identificada no Peru.
Todas as variantes de interesse, assim como as de
preocupação, estão em constante monitorização e avaliação.
Sintomas
das Variantes
Até o momento não foram identificadas diferenças em
termos de sintomas entre as variantes e, por isso, a única forma de identificar
o tipo de variante responsável pela infecção é através de exame laboratorial
molecular, em que é feita a identificação das mutações que são características
de cada tipo de variante.
Assim, os sintomas de atenção continuam sendo:
Tosse seca persistente;
Cansaço excessivo;
Febre acima de 38º C;
Dor generalizada;
Coriza; e,
Perda de paladar (gosto)
e/ou olfato (cheiro).
Faça o nosso teste online para saber se pode estar infectado
com COVID-19.
A identificação da variante é importante para a
epidemiologia, pois ao saber as características do vírus mais circulante na
região é possível estabelecer medidas de identificação do vírus, vigilância,
prevenção e controle da infecção mais eficazes, que permitem diminuir o número
de casos e até facilitar o tratamento. Veja o que fazer para prevenir a infecção pelo SARS-CoV-2.
Eficácia
das Vacinas x Variantes
Até o momento, todas as vacinas disponibilizadas são
eficazes contra as variantes circulantes, tendo sido verificado que a
administração da vacina é capaz de estimular de forma eficaz a resposta imunológica,
diminuir a transmissão do vírus e a incidência de infecção. No entanto, novos
estudos estão sendo realizados para avaliar a duração da imunidade contra essas
variantes, bem como o efeito sobre novas possíveis mutações do vírus. Saiba mais sobre as vacinas para COVID-19.
É possível ter duas
variantes ao mesmo tempo?
Embora seja considerada uma situação extremamente rara,
ficar infectado com duas variantes da COVID-19 ao mesmo tempo é possível. Até
ao momento são poucos os casos registrados, no entanto, a contaminação por duas
variantes em simultâneo já foi identificada em pacientes no Brasil e na
Bélgica. De acordo com os relatórios, a infecção por duas variantes não parece
produzir sintomas mais graves.
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