Sete infecções transmitidas localmente foram
detectadas em Wuhan na última segunda-feira, 02.
(foto: AFP/Getty Images)
A cidade chinesa de Wuhan
comunicou, na última terça-feira, 03, que vai testar para a Covid-19 todos os
seus 12 milhões de residentes após a confirmação dos primeiros casos de
transmissão doméstica da altamente contagiosa variante Delta.
Wuhan
não registrava um caso de infecção local desde meados de maio do ano passado,
mas, na segunda-feira, 02, as autoridades confirmaram três casos da Delta. Nas
últimas duas semanas, a variante foi registrada em algumas províncias e grandes
cidades, incluindo Pequim.
Wuhan
– onde o coronavírus Sars-Cov-2 foi identificado pela primeira vez – decidiu
aplicar testes em todos os seus habitantes, "para garantir que todos na
cidade estejam seguros".
"Os
testes de ácido nucléico serão lançados rapidamente em toda a cidade para que
todas as pessoas possam identificar resultados positivos e infecções
assintomáticas", afirmou Li Qiang, funcionário do governo da cidade.
Autoridades
de Wuhan relataram na segunda-feira que sete infecções transmitidas localmente
foram detectadas entre trabalhadores migrantes na cidade. A confirmação quebrou
um período de quase 14 meses sem contágios locais, depois de Wuhan ter
conseguido reprimir um surto inicial com um lockdown extremamente severo e sem
precedentes no início de 2020.
Fotos
de Wuhan de segunda-feira mostraram prateleiras de supermercados esvaziadas.
Muitos residentes decidiram estocar alimentos e produtos em preparação para o
confinamento, em cenas que lembram o pânico de antes de a cidade ter sido
isolada do resto do mundo por 76 dias no ano passado.
Em
publicação nas redes sociais na terça-feira, autoridades pediram para que
"se acalme o clima de pânico dos residentes da cidade", e anunciaram
que as lojas prometeram manter os preços e as cadeias de abastecimento
estáveis.
Pessoas comprando itens em supermercado em Wuhan, na China, enquanto as autoridades dizem que testarão toda a população para Covid-19. (foto: STR/AFP) |
A
China tem enfrentado o maior surto de coronavírus em seu território em meses.
Autoridades confinaram moradores de cidades inteiras em suas casas,
interromperam as conexões de transporte e implementaram testes em massa,
enquanto a mais transmissível variante Delta desafia a estratégia de combate à
Covid-19 no país.
A
capital chinesa, Pequim, já se gabava de seu sucesso em suprimir o coronavírus
e em recuperar sua economia enquanto partes do mundo ainda travavam uma batalha
ferrenha contra a doença, que matou mais de 4 milhões de pessoas em todo o
planeta.
Mas,
o sucesso da China está sendo colocado à prova com o surgimento de um novo
surto com mais de 400 casos domésticos registrados desde meados de julho,
quando um grupo de faxineiros no aeroporto de Nanjing, na província de Jiangsu,
contraiu a Covid-19.
Autoridades
locais acreditam que a variante Delta provavelmente veio à região num voo da
Rússia. A nova onda de infecções gerou casos em mais de 20 cidades de mais de
uma dúzia de províncias.
E
o destino turístico de Zhangjiajie – famoso pela reserva natural cujas montanhas
em forma de pilares inspiraram o filme Avatar
– anunciou abruptamente na terça-feira que ninguém poderia sair da
cidade. Na semana passada, as autoridades locais encorajaram visitantes a
deixar a cidade localizada na província de Hunan e fecharam as atrações
turísticas.
Grandes
cidades, incluindo Pequim, já testaram milhões de residentes enquanto isolavam
complexos residenciais e colocavam em quarentena contatos próximos de pessoas infectadas.
A China relatou na terça-feira 61 casos domésticos de infecção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Prezados (as), reservo-me ao direito de moderar todos os comentários. Assim, os que me chegarem de forma anônima poderão não ser publicados e, desta forma, tão menos respondidos. Grato pela compreensão, espero contribuir, de alguma forma, com as postagens neste espaço.