Jorge beija camisa do Atlético. (Foto: Alex de Jesus/Jornal O TEMPO) |
Notícia viralizou nas redes sociais e sensibilizou que se juntaram e ele recebeu mais que doação de cestas básicas
Depois da fila de pessoas que se formou para receber a doação de ossos para se alimentar tomar os sites, redes sociais, jornais e telejornais, uma notícia dominou os noticiários e sensibilizou vários setores em Minas Gerais.
Jorge Nonato, de 51 anos,
morador de Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte, que virou
notícia depois de ter que recorrer a uma mistura de ração animal e feijão para
poder se alimentar, conseguiu doação de cestas básicas e uma vaquinha.
Torcedores do Atlético Mineiro
e o Instituto Galo se mobilizaram para ajudar Jorge para que ele não passe por
mais dificuldades. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ele abraça e beija
as cestas básicas que foram doadas. (Para assistir ao vídeo clique no link https://twitter.com/i/status/1420814223148466183)
Uma vaquinha criada para
ajudar o homem a reformar a casa e encher a geladeira já arrecadou, até o
momento, mais de R$ 14 mil – que serão repassados a ele. Quem quiser fazer uma
doação pode acessar este site.
Desemprego
Uma reportagem da RecordTV
Minas contou a história do “seu” Jorge, que era auxiliar de
serviços gerais e trabalhou formalmente pela última vez em 2015. Desde então
ele não teve mais a carteira assinada e, para sobreviver, vive de “bicos”.
Durante a pandemia, segundo ele, a quantidade de serviços reduziu
drasticamente.
O benefício do Bolsa Família recebido por Nonato o ajuda
a pagar as despesas, mas o aumento nos preços dos alimentos dificultou ainda
mais a situação do desempregado, que viu o armário praticamente vazio.
“Eu não pego em um carrinho de supermercado tem anos. Eu
faço a ração junto no feijão. Se você cozinhar no feijão fica até gostoso, tem
nutrientes”, diz o auxiliar de serviços gerais.
A situação do morador de Igarapé comoveu uma vizinha, que compartilhou a história nas redes sociais. Um antigo amigo ofereceu socorro e, além de ajudar, gravou um vídeo do desempregado pedindo ajuda. Cleison Borges de Souza conta que focou na camisa do Atlético Mineiro usada por Nonato para mobilizar a torcida.
De acordo com Bruno Rodrigo, conselheiro do Instituto Galo, em conversa com a reportagem de O TEMPO, foi graças às redes sociais que a notícia e o vídeo chegaram até eles. “Nós recebemos esse vídeo, ontem (último dia 28), através de um atleticano que me enviou pelo WhatsApp. Eu encaminhei imediatamente esse vídeo ao grupo do conselho do Instituto Galo. O instituto é uma fundação do Atlético para ação social. A primeira pessoa que respondeu no grupo foi o presidente do Atlético, que me incumbiu da missão de localizar o senhor Jorge e entender a melhor maneira que poderíamos ajudar. A primeira ação foi atendê-lo na necessidade emergencial. O conselheiro Henrique Rocha foi para Igarapé e mandamos cestas básicas, carne, leite, sacolão, produtos de limpeza e higiene pessoal”, detalhou Rodrigo.
“Quando eu fiz o vídeo, eu mostrei bastante a camisa do
Galo rasgada e me prontifiquei a doar outra para ele. O clube entrou em
contato, trouxe uma camisa e prometeu a fazer uma reforma na casa do Nonato”,
relata o amigo.
Jorge Nonato recebeu a ajuda de amigos, desconhecidos e
também de muitos atleticanos, que contribuíram para que a geladeira e a
despensa do desempregado voltassem a ficar cheias. Junto com os alimentos, veio
uma camisa oficial do Galo. Segundo o amigo Cleison, o próximo passo é colocar
Nonato de volta ao mercado de trabalho.
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