segunda-feira, 3 de junho de 2019

CONHEÇA OS SINTOMAS, TRATAMENTOS E CAUSAS DA ENXAQUECA

Causas exatas são desconhecidas, mas estão relacionadas com alterações do cérebro e influência genética
A enxaqueca é um dos tipos de cefaleia (dor de cabeça). A enxaqueca se caracteriza por uma dor pulsátil em um dos lados da cabeça (às vezes dos dois), geralmente acompanhada de fotofobia e fonofobia, náusea e vômito. A duração da crise varia de quatro a 72 horas, podendo ser mais curta em crianças.
Segundo o Ministério da Saúde, de 5 a 25% das mulheres e 2 a 10% dos homens tem enxaqueca. A enxaqueca é predominante em pessoas com idades entre 25 e 45 anos, sendo que após os 50 anos essa porcentagem tende a diminuir, principalmente em mulheres. A doença ocorre em 3 a 10% das crianças, afetando igualmente ambos os gêneros antes da puberdade, mas com predomínio no sexo feminino após essa fase.
A enxaqueca pode ser divida entre com aura ou sem aura, e essas em episódica ou crônica. Segundo dados do Ministério da Saúde, 64% do total desses pacientes apresentaram enxaqueca sem aura, 18% com aura e 13% com e sem aura. Os restantes 5% apresentaram aura sem cefaleia.
A enxaqueca crônica se caracteriza por cefaleia em 15 ou mais dias do mês, sendo oito dias com crises típicas de enxaqueca, por mais de três meses, na ausência de abuso de medicamentos.
Causas
As causas exatas da enxaqueca são desconhecidas, embora se saiba que elas estão relacionadas com alterações do cérebro e possuem influência genética.
A enxaqueca começa quando as células nervosas, já em estado de hiperexcitabilidade, reagem a algum gatilho frequentemente externo, enviando impulsos para os vasos sanguíneos, causando sua constrição (relacionado a aura) seguida de uma dilatação (expansão) e a libertação de prostaglandinas, serotonina e outras substâncias inflamatórias que causam a dor.
O padrão de crise é sempre o mesmo para cada indivíduo, variando apenas em intensidade. O espaçamento entre crises é variável. Sabe-se também que o gatilho para as crises de enxaqueca variam de indivíduo para indivíduo, sendo que em alguns a pessoa pode não apresentar nenhum gatilho específico.
Os gatilhos de enxaqueca mais comuns são:
Jejum prolongado;
Dormir mais ou menos do que o de costume;
Mudanças bruscas de temperatura e umidade;
Perfumes e outros odores muito fortes;
Esforço físico;
Luzes e sons intensos; e,
Abuso de medicamentos, incluindo analgésicos.
Fatores Hormonais: é comum mulheres portadoras de enxaqueca apresentarem dor nas fases pré, durante ou após a menstruação. Esse tipo de migrânea é chamado de enxaqueca menstrual. Esse tipo de enxaqueca tende a melhorar espontaneamente na menopausa. Muitas mulheres têm as crises pioradas, ou até melhoradas, a partir do momento que iniciam o uso de anticoncepcionais orais.
Alimentos e Bebidas: queijos amarelos envelhecidos, frutas cítricas (principalmente laranja, limão, abacaxi e pêssego), carnes processadas, frituras e gorduras em excesso, chocolates, café, chá e refrigerantes à base de cola, aspartame (adoçante artificial), glutamato monossódico (tipo de sal usado como intensificador de sabor, principalmente em comida chinesa), excesso de álcool.
Sintomas
Entre os sintomas de enxaqueca estão:
Crise de cefaleia durando de quatro a 72 horas, unilateral e pulsátil
Bocejos;
Irritabilidade;
Sensibilidade à luz;
Sensibilidade ao som;
Sensibilidade ao movimento do corpo ou do ambiente;
Mudanças de apetite; e,
Problemas de concentração, dificuldade para encontrar as palavras.
Enxaqueca com Aura
A manifestação mais comum da enxaqueca com aura é a chamada aura visual, que pode se apresentar como flashes de luz, manchas escuras em forma de mosaico ou imagens brilhantes em zigue-zague – como quando estamos andando em uma estrada e vemos aquele zigue-zague de calor que emana do chão.
Em outros casos, a enxaqueca com aura pode se manifestar como dormências ou formigamentos em apenas um lado do corpo – dependendo da gravidade da enxaqueca com aura, a pessoa pode começar com um formigamento em uma das mãos e ele se espalhar por todo o lado do corpo, chegando a adormecer apenas metade da língua. No entanto, essas manifestações sensitivas da enxaqueca com aura são mais raras. Geralmente, a aura começa da cefaleia na crise de enxaqueca, podendo persistir ou não depois que a dor começa.
Diagnóstico
No Brasil, é estimado que apenas 56% dos pacientes com enxaqueca procuram atendimento e, destes, apenas 16% se consultam com especialistas em cefaleias. Estudo feito em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) encontrou prevalência de 45% de enxaqueca nos pacientes com queixa de cefaleia. O diagnóstico de enxaqueca é basicamente clínico. O médico neurologista fará perguntas como:
Você sente dor em qual lado da cabeça?
Quais os sintomas relacionados à dor?
Qual a duração desses sintomas?
Eles acontecem em ambos os lados do corpo?
Se foram sintomas visuais, como são e em que momento os apresenta?
Algum desses sintomas aparece antes de a dor começar?
Seu médico pode querer ter certeza de que não existem outras causas para sua enxaqueca. Assim, é provável que ele faça exames físicos e neurológicos. Além disso, o médico irá perguntar sobre seu histórico familiar, incluindo questões como:
Outros membros da família têm enxaqueca ou outros tipos de dores de cabeça?
Você usa medicamentos como pílulas anticoncepcionais ou vasodilatadores?
Sua dor de cabeça começa depois que você faz muito esforço, ou após tossir ou espirrar?
O diagnóstico da enxaqueca é feito clinicamente, seguindo os seguintes critérios, com base nas diretrizes da Headache International Society, e o paciente precisa apresentar pelo menos cinco crises com essas características:
Crise de cefaleia durando de quatro a 72 horas (tratamento fracassado ou não realizado); cefaleia tendo pelo menos duas das seguintes características: unilateral; pulsátil; dor de intensidade moderada a intensa; dor agravada ou impedindo atividade física rotineira (caminhada, subir escadas, etc.); durante a cefaleia, ocorrência de pelo menos um destes sintomas: náusea e vômitos, fotofobia e “fonofobia”; e, nenhum outro diagnóstico que explique a cefaleia.
Enxaqueca com Aura
Pelo menos duas crises com a presença de sintomas da aura, como pontos luminosos ou perda e embaçamento da visão, dormência e formigamento, e fraqueza no corpo e dificuldade na fala.
Tratamento
Antes de iniciar o tratamento para enxaqueca, é necessário saber se o diagnóstico está correto e qual o fator desencadeante dela. No geral, o melhor é evitar esses desencadeantes e tomar o medicamento indicado pelo médico quando uma crise aparecer.
Os medicamentos para prevenção da enxaqueca incluem neuromoduladores, betabloqueadores, antidepressivos, antivertiginosos. A indicação, no entanto, dependerá de cada caso.
Possíveis Complicações
O episódio de enxaqueca é autolimitado e raramente resulta em complicações neurológicas permanentes. Enxaqueca crônica pode causar incapacitação por dor e afetar a execução de atividades diárias e a qualidade de vida. Quando uma crise intensa se prolonga por mais de 72 horas, diz-se que o paciente está em status enxaquecoso (ou migranoso).
Prevenção
Além dos medicamentos para enxaqueca e cuidados no momento da crise, você pode adotar alguns hábitos que ajudam na prevenção da enxaqueca:
Manter um diário da enxaqueca: isso pode ajudar a identificar qualquer coisa que possa desencadear enxaquecas com aura. Inclua no diário a data e a hora da enxaqueca, todos os alimentos que você comeu, atividades que você participou e medicamentos ingeridos;
Evite alimentos, medicamentos e fatores ambientais desencadeantes;
Fique atento aos gatilhos psicológicos, como estresse e ansiedade;
Procure um especialista que lhe indique o medicamento preventivo mais apropriado para você.
Referência
Ministério da Saúde
Link Útil
Fonte: Portal Minha Saúde

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