Londres, Inglaterra - A britânica The Royal Society vai disponibilizar online os 346 anos da prestigiada "Philosophical Transactions", revista que teve colaborações assinadas por cientistas como Charles Darwin, Isaac Newton e Stephen Hawking.
Com mais de 350 anos de existência, a The Royal Society sempre foi uma montra da ciência. A sua revista "Philosophical Transactions", editada desde 1665, fez eco de milhares de estudos científicos. Mais concretamente, 60 mil investigações assinadas por Isaac Newton, Benjamin Franklin, Charles Darwin, Thomas Huxley, Michael Faraday, Robert Boyle e Stephen Hawking, entre tantos outros.
"Não há nada mais necessário para promover os avanços dos assuntos filosóficos do que a comunicação dos mesmos", afirmou o primeiro diretor da revista, Henry Oldenburg, na carta com que apresentou aos leitores o número inicial de "Philosophical Transactions", publicado em 6 de março de 1655.
Os objetivos passavam, então, por incentivar os cientistas a continuar a investigar e por fomentar o conhecimento dos cidadãos britânicos, e de outras partes do mundo, com os avanços da ciência, que seriam transmitidos "de forma clara e verdadeira".
A "Philosophical Transictions" acabou por cumprir a missão e foi a primeira publicação do mundo a seguir estritas normas de controle e rigor. De fato, foi o diretor alemão Henry Oldenburg o primeiro a enviar os manuscritos que chegavam à revista a especialistas para que pudessem avaliar a qualidade dos estudos antes de serem publicados. Assim nasceu o jornalismo científico moderno.
Atualmente, a The Royal Society edita nove publicações, entre as quais a "Philosophical Transictions", editada ininterruptamente desde 1665. A estrutura da publicação atual é muito diferente da do século XVII, mas continua a reger-se pelos mesmos princípios de rigor e veracidade.
O arquivo da The Royal Society
Entre os documentos mais valiosos está a primeira investigação de Isaac Newton sobre a cor. Newton explica para a revista o revolucionário descobrimento que fez em 1672: a cor é uma propriedade inerente à luz e a luz branca é composta por uma mistura de outras cores.
Os internautas também poderão consultar os trabalhos levados a cabo por Darwin ou então pelo primo dele, Francis Galton, que, em 1891, descobriu que as impressões digitais eram uma marca pessoal e podiam ser utilizadas para a identificação do indivíduo. Pouco depois, a Scotland Yard (corpo da polícia britânica) começou a utilizar este método que acabou se estendendo por todo o mundo.
Benjamin Franklin utilizou, em 1752, uma pipa para demonstrar a sua teoria sobre a eletricidade. Pensava o cientista que os relâmpagos eram eletricidade que se deslocavam das nuvens para a terra, e suspeitava que essa eletricidade poderia ser apanhada artificialmente empinando uma pipa durante uma tempestade. Felizmente Franklin estava certo e sobreviveu à experiência.
Em 1666, Thomas Coxe descrevia na publicação da The Royal Society, uma das primeiras transfusões de sangue realizadas na história.
Em 1665, os cientistas já tinham começado a imaginar o cosmos. O astrônomo francês Adrien Auzpit recreou a sua visão da Terra a partir da Lua. No seu relato, imaginou como os habitantes do nosso satélite veriam a Terra segundo as diferentes épocas do ano. Também acreditava que os incêndios florestais, no nosso planeta, poderiam ser reconhecidos a partir da Lua.
As descrições de eclipses ou estudos sobre planetas, como Júpiter, também se encontram no arquivo. Assim como os avanços que foram originando outras disciplinas, como a Física, a Química ou a Botânica e que contribuíram para construir os alicerces da ciência atual.
O biólogo Thomas Huxley resumiu, em 1870, a importância do conhecimento acumulado no arquivo da revista da The Royal Society: "Se todos os livros do mundo, exceto a 'Philosophical Transactions', fossem destruídos, podemos afirmar com segurança que os fundamentos da ciência permaneceriam e que o vasto progresso intelectual alcançado nos últimos séculos se conservaria na sua maior parte".
(*) Com informação JN.pt
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