A Índia testou com sucesso, hoje, 19, um míssil capaz de transportar armas nucleares e de alcançar Pequim e o Leste Europeu – distância que poucas potências nucleares conseguem atingir.
Imagens de TV mostraram o foguete Agni-5 furando as nuvens após ser lançado numa ilha da costa Leste indiana. Não ficou claro quanto o foguete voou antes de atingir seu alvo no oceano Índico, mas sabe-se que o alcance dele é superior a cinco mil quilômetros.
O ministro da Defesa qualificou o teste como “imaculado”, e o primeiro-ministroManmohan Singh celebrou “mais um marco na nossa busca para ampliar a credibilidade da nossa segurança e preparação”.
O Agni-5, quase totalmente de fabricação local, foi concebido tendo em mente uma ameaça da vizinha China. O governo diz que ele só estará operacional dentro de pelo menos dois anos.
Acredita-se que apenas os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – EUA, China, Rússia, França e Grã-Bretanha – mais Israel tenham armas com tão longo alcance.
O desenvolvimento do foguete é parte da política militar indiana dos últimos anos, que fez do país o maior importador mundial de armas, tentando melhorar as antiquadas condições das suas vastas Forças Armadas.
O teste foi anunciado com bastante antecedência e não atraiu as mesmas críticas dirigidas pelo Ocidente na semana passada à Coreia do Norte, que disparou um foguete de longo alcance semelhante, o qual, no entanto, caiu no mar logo em seguida.
Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, disse que isso ocorreu porque “o histórico da Índia apresenta forte contraste com o da Coreia do Norte, que foi submetida a inúmeras sanções (...) pelo Conselho de Segurança da ONU”.
A chancelaria chinesa disse que Pequim e Nova Délhi deveriam “se empenhar em manter uma cooperação estratégica amistosa”, de modo a promover a paz e a estabilidade na região.
“China e Índia são grandes nações em desenvolvimento. Não somos competidores, e sim parceiros”, disse Liu Weimin, porta-voz da chancelaria.
Já o tabloide “Global Times”, ligado ao Partido Comunista Chinês, foi menos conciliador. “A Índia não deveria subestimar sua força”, disse o jornal em editorial prévio ao lançamento, que foi adiado em um dia devido ao mau tempo.
A Índia não assinou o tratado de não proliferação nuclear, mas, na prática, goza de legitimidade para o seu arsenal, reforçada por um acordo nuclear civil de 2008 com os EUA.
Na quarta-feira, 18, a Otan disse que não considera a Índia uma ameaça. O Departamento de Estado dos EUA afirmou que o histórico de não proliferação da Índia é “sólido”, mas pediu comedimento.
(*) Com informação Reuters
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