sábado, 30 de abril de 2011

Assédio sexual em “terras sulforosas”

Poços de Caldas, MG - Hoje em dia, temos uma gama incrível de leis que são de farto conhecimento da população, tendo em vista a notoriedade que os meios de comunicação e as próprias assessorias do poder público [Executivo, Legislativo e Judiciário] dão a elas.
A Lei
Entre essas leis, a que prevê o Assédio sexual [um tipo de coerção de caráter sexual praticada geralmente por uma pessoa em posição hierárquica superior – no âmbito laboral ou acadêmico, em geral – ou em posição apenas superior – do ponto de vista econômico] previsto na lei 10224, de 15 de maio de 2001: "Constranger alguém com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente de sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função." e Código Penal (CP), em seu artigo 216-A: “Constranger alguém com o intuito de obter vantagem
ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.”, que estabelece pena de detenção variando entre um a dois anos.
Objetivo
Pois bem. Na prática, não se trata aqui, provar ou configurar o Assédio Sexual praticado ou sofrido por quem quer que seja, mas, apenas reafirmar o que diz a Lei para relatar algo que poderia ser inimaginável estar ocorrendo em Poços de Caldas, na “terrinha sulforosa”, no Sul de Minas Gerais.
Telefonema
Estava saindo do supermercado nesta manhã de sábado, 30,
quando o celular tocou. Passei as sacolas para uma mão e atendi. Era uma amiga. “P.A., estou assustada, apavorada. Não sei o que fazer e preciso da sua ajuda mais uma vez. Passaram o número do meu telefone para um político e o assessor dele não pára de me ligar, dizendo que o chefe gostou de mim, que quer me conhecer, que me encontrar...”.
A conversa foi longa, cerca de 30 minutos, com detalhes das investidas.
Entre as revelações, ela, que é mãe de três filhos, o convite para que se conhecessem e marcassem de sair, ir a algum lugar. O político em questão é casado e tem considerável influência, não apenas no meio político, mas, também empresarial.
Terminamos a conversa quando já estava no portão de casa com ela dizendo que, qualquer novidade, voltaria a telefonar.
Dúvida
Confesso ter ficado preocupado e imaginei que ela poderia estar confundindo, poderia ser apenas interesse na amizade para futuras campanhas, já que ela tem um grande círculo de amizades e exerce certa influência em seu meio, podendo captar bons votos para as urnas.
Entrei em casa, guardei as compras, liguei meu notebook, comecei a redigir e, quando estava prestes a concluir o texto, eis que o celular toca. Era ela. Minhas suspeitas foram por água abaixo.
“P.A., ligaram de novo, mas, desta vez, era o próprio. Disse que quer me ver, que gostou muito mim, falou do meu corpo. Não sei o que eu faço, estou com as pernas bambas e com as mãos geladas com tudo isso. Acho um absurdo este tipo de coisa, ainda mais partindo de quem é. Nem consigo terminar o almoço para meus filhos. O pior é que nem o número do telefone apareceu. Mas disse que a hora que eu quiser o assessor vem me buscar, disse até o tipo de carro e cor.”
Conversamos mais um tempo, inclusive quanto às possibilidades do fato, e desligamos para avaliar melhor a situação.
O que fazer
Em tempos de deputado federal dizendo sofrer “bullying” e de envolvido em mensalão retornar ao cenário político, a situação que esta amiga está vivendo requer certa dose de vivacidade e tenacidade.
Assim, dada a notoriedade ao fato, resta aguardar pela continuidade da ação e, quem sabe, já numa próxima redação, trazer à tona, todo o envolvimento com nomes e medidas em adoção.

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