Entre outros aspectos deixados escritos e em vídeo, mas, principalmente, sob a justificativa de que teria sido vítima de "bullying" [palavra de origem inglesa que significa o assédio e a violência de uma pessoa mais forte sobre uma mais fraca] durante a época em que frequentou a Escola Tasso de Silveira, em Realengo, zona Oeste do Rio de Janeiro, o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, invadiu a escola e matou 12 crianças no início deste mês.
A argumentação para o que não tem explicação ou demonstra desequilíbrio parece estar se tornando tão comum quanto a levar o filho ao médico e ouvir o diagnóstico: “Não precisa se preocupar, é apenas uma virose”.
Pois bem, "bullying". Foi justamente essa a argumentação feita hoje, 26, pelo senador Roberto Requião (PMDB/PR), um dia depois de arrancar o gravador das mãos do repórter Victor Boyadjian, da Rádio Bandeirantes, ameaça-lo de agressão e, ainda não satisfeito, apagar o cartão de memória com todo o material coletado durante a tentativa de entrevista.
O descontrole do senador foi motivado apenas pela pergunta se ele abriria mão da aposentadoria de quase R$ 25 mil que recebe mensalmente como ex-governador do Paraná.
A argumentação de ser vítima de bullying foi feita pelo senador Requião do alto da tribuna do Senado, ao mesmo tempo em que o Sindicato dos Jornalistas de Brasília protocolava na Casa uma representação exigindo punição contra o peemedebista.
Em seu discurso, Roberto Requião foi enfático: "Acho que é um momento correto para resolvermos esse problema e acabarmos com o abuso, com esse verdadeiro bullying que sofremos nós, os brasileiros, parlamentares ou não, nas mãos de uma imprensa, muitas vezes, absolutamente provocadora e irresponsável".
Por sorte, os disparos dessa vítima de "bullying" ficaram apenas nas palavras, mas, se a moda pegar, todos seremos inocentes, não importa o que façamos.
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