Foto: O Cristo crucificado, por Diego Velázquez
Antecedendo ao Domingo de Páscoa, a Sexta-Feira Santa, ou 'Sexta-Feira da Paixão', é a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos.
Em geral, para boa parte dos cristãos, este dia guardado para o jejum, para as orações, às reflexões da vida e das lições deixadas por Cristo. Rituais e procissões, lembrando toda a “Via Crucis” aconteceram ao longo de toda a Semana Santa em diversos locais.
Neste sábado, 23, o chamado “Sábado de Aleluia”, é o momento da vigília, quando os cristãos aguardam pelo momento da RESSUREIÇÃO daquele que, há 2011 anos, veio ao mundo para tirar os nossos pecados.
Passados todos esses anos, e relembrando o martírio de Cristo e seus ensinamentos, como o momento é de reflexão, acredito que seja de muita reflexão, o que a sociedade tem feito, o que nós temos feito, para que os dias atuais sejam diferentes daqueles vividos antes da vinda do Salvador?
Fatos ocorridos somente nesta Semana Santa demonstram que nada. Milhões espalhados pelo mundo se limitam em lembrar o que Cristo passou e pregou durante os 33 anos que esteve entre nós. Mas, somente lembrar é o suficiente? Tenho a certeza de que não. Se não vivermos o Cristo dentro de nós, todos os dias, a todo instante, a cada novo amanhecer ficará reafirmado de que a vinda do Filho de Deus foi em vão e que a humanidade, de fato, não é merecedora de qualquer compaixão.
A podridão de uma sociedade nefasta, corrompida e desgastada dá seus sinais a todo instante. O câncer que dilacera a carne de uma humanidade cada dia mais preocupada apenas consigo mesmo aflora por todos os cantos. O desrespeito e o descaso para com o outro dão margem ao entendimento de que, se as profecias estiverem certas, o fim estará bastante próximo.
Sem falar das mortes e vítimas deixadas nos inúmeros acidentes que estão registrados nas rodovias que cortam o país, provocados pela imprudência ou imperícia, a Sexta-Feira Santa, a Sexta-Feira da Paixão, começou bem, muito bem.
Em Santo André, na Grande São Paulo, por volta das 2h30 desta madrugada, mais uma chacina, a sexta somente em 2011. Quando voltavam para casa, vindos de um churrasco, quatro rapazes foram assassinados. Detalhe, nenhum deles tinha passagem pela Polícia e, segundo vizinhos, eram trabalhadores e não tinham envolvimentos criminosos.
No Rio de Janeiro, também nesta madrugada, a ousadia dos marginais que se espalham e procriam como ratos, foi evitada por uma guarnição da PM de São Cristóvão. Ao avistarem os policiais, cinco suspeitos fugiram para a Favela São Sebastião, no Caju, zona Portuária do Rio, deixando para trás 120 caixas de bombom. Até aí, sem problemas, não fossem as 1,5 mil pedras de crackembaladas em plástico azul, encontradas junto aos doces (foto reprodução de TV pelo Jornal do Brasil).
Em Carazinho, no Rio Grande do Sul, um recém-nascido, ainda com o cordão umbilical e a placenta, foi abandonado durante a madrugada embaixo de uma árvore. O bebê prematuro, de 1,8kg, foi levado para o berçário do Hospital Comunitário da cidade, onde recebeu oxigênio e aguardava transferência para a UTI neonatal de um hospital em Passo Fundo (RS).
E para que não fiquemos restritos às mazelas em “terras tupiniquins” a cada minuto recebo novo alerta quanto às vítimas na Síria. Há cerca de duas horas e meia, o primeiro alerta que recebi de agências internacionais falavam em 10 vítimas, algumas em 11 mortes. Este número foi aumentando e, agora, no momento em que terminava este artigo, nova informação, vinda da AFP, de que já passam de 40 as vítimas de disparos das forças de segurança contra milhares de manifestantes contrários ao regime que foram às ruas nesta sexta-feira na Síria. De acordo com os correspondentes da AFP, “trata-se de um dos dias mais sangrentos desde o início do movimento de revoltasem precedentes no país desde 15 de março”. Foto tirada de celular mostra manifestantes antigovernamentais durante marcha de protesto em Banias, Nordeste da Sìria. O cartaz diz, em inglês, 'Não ao terrorismo, queremos liberdade'.
Por essas e entre outras tantas, hoje, Sexta-Feira Santa, Sexta-Feira da Paixão, é um dia de reflexão, e muita reflexão.
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