O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai aumentar, a partir de janeiro, os valores pagos a 491 mil segurados, que recebem benefício por incapacidade – como auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez – concedidos pela Previdência Social entre 1999 e 2009. Outras 2,3 milhões de pessoas, que já foram beneficiárias do INSS, terão direito à diferença. Conforme estimativa do diretor de políticas sociais da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Luís Antônio Ferreira Rodrigues, a região tem cerca de 80 mil pessoas com direito ao reajuste. “Aqui temos muitos trabalhadores e grande quantidade de aposentadorias por invalidez”, destacou.A revisão é um acordo fechado entre INSS, Ministério Público de São Paulo e Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados). Com esse entendimento, o beneficiário não precisa procurar agência do instituto para pedir o aumento. O reajuste é referente a uma mudança no Decreto 3.048, de 1999, que alterou o regulamento da Previdência Social. Em resumo, para calcular o benefício, o INSS devia desconsiderar os menores salários do trabalhador, um quinto do total, e chegar a uma média de rendimento. Mas não o fez, o que levou à redução da renda do segurado.
Presidente do Sindnapi, João Batista Inocentini avaliou a proposta da Previdência como uma vitória. “Nossa preocupação era com aquelas pessoas que estão afastadas por doença e ganhando o benefício, muitas vezes de pouco valor. Eles são os que precisam mais”, explicou.
Para essas correções, o governo colocará cerca de R$ 56 milhões por mês no bolso dos segurados afastados. Por ano, serão R$ 728 milhões, já incluindo as revisões do 13º.
Atrasados
Além do reajuste para os 491 mil segurados ativos, o INSS vai pagar revisão do cálculo também para mais 2,3 milhões de pessoas, que tiveram os benefícios cessados. Se enquadram, neste caso, trabalhadores que ficaram afastados por motivo de doença e que já voltaram à ativa. Com isso, o total de beneficiário sobe para 2,7 milhões de segurados.
Inocentini acredita que o estado de São Paulo responde por 35% do total de benefícios, aproximadamente 976 mil. “E a Região Metropolitana é responsável por grande parte, mais ou menos a metade do número estadual”, estimou.
Impacto Financeiro
Nos cálculos do Ministério da Previdência, o impacto financeiro aos cofres atingirá R$ 7,7 bilhões. “Isso acontece por causa do grande número de ações na Justiça contra o INSS. Se eles não fizessem esse acordo, acabariam tendo que gastar cinco vezes mais”, observou Rodrigues.
O presidente do INSS, Mauro Luciano Hauschild, garantiu que todos os casos serão identificados pelo órgão. Para os segurados que têm direito à revisão e tiveram os seus benefícios cessados, o INSS vai mandar correspondências com todas as informações sobre a data de pagamento e o valor.
Cronograma
A prioridade, no caso dos que já tiveram o benefício cessado, é para as pessoas com mais de 60 anos, que recebem a diferença a partir de março. Aqueles com idade entre 46 e 59 anos receberão os atrasados entre 2014 e 2016. De 2016 a 2019 é a vez do grupo com até 45 anos. Por fim, entre 2019 e 2022, recebem a revisão aqueles que já tiveram a pensão cancelada, mas cujo valor do benefício era inferior ao que é devido.
(*) Com informação do DG ABC
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Prezados (as), reservo-me ao direito de moderar todos os comentários. Assim, os que me chegarem de forma anônima poderão não ser publicados e, desta forma, tão menos respondidos. Grato pela compreensão, espero contribuir, de alguma forma, com as postagens neste espaço.