Foto: Ana Cagnani Leite |
Parceria
entre instituições pretende tonar região da caldeira vulcânica referência em
todo o país
Parceira entre a Associação
dos Cafés Vulcânicos, os campi de Machado (MG) e Poços de Caldas (MG) do
Instituto Federal do Sul de Minas, Prefeitura de Poços de Caldas e Sebrae-MG
deu início a um estudo mercadológico que pretende tornar a região da caldeira
vulcânica de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais, chamada “café
vulcânico”, referência em todo país.
Estudo mercadológico quer tonar o café da região vulcânica referência em todo o país. Foto: Arquivo Pessoal/Leandro Carlos Paiva |
Segundo o pesquisador e
professor de Indústria e Qualidade do Café do IF Sul de Minas, Leandro Carlos
Paiva, a ideia, que a princípio tinha apenas o objetivo de conseguir a
identificação geográfica e de procedência do café vulcânico junto ao Instituto
Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), evoluiu dos últimos dois anos pra
cá, e pode beneficiar 11 municípios da região da bacia vulcânica.
“A gente está visualizando
que esse vulcão que tá aí contemplando toda essa área, tem muito mais coisas
pra oferecer para o povo, para o consumidor e para o Brasil inteiro. Nossa
região é muito rica, e esse ‘place branding’ vai ajudar a mostrar o que a gente
pode explorar”, comentou.
Explorar e continuar com a consolidação do café vulcânico
ainda é visto como essencial para todo o processo, mas, de acordo com o
professor, o estudo vai fazer com que a ideia avance ainda mais, porém de uma
maneira mais correta e eficiente.
“A ideia é seguir com o
café. Só que agora a gente não vai só consolidar uma marca ou buscar uma
identificação geográfica. A identificação geográfica é assegurar no INPI a
nossa notoriedade. Não vamos mais buscar só assegurar nossos direitos sobre
essa notoriedade, mas nós vamos buscar uma consolidação dos nossos mercados,
dos nossos produtores e da nossa região. Vamos buscar um mercado maior, que
atenda o consumidor final”, pontuou Paiva.
Em 1993, um estudo
semelhante realizado no então chamado “café do cerrado” apontou que era
possível agregar muito mais valor do que uma simples marca no produto, tornando
assim uma região muito mais forte e conhecida nacionalmente.
Produtores de sete cidades criaram a Associação dos Cafés Vulcânicos há 3 anos. Foto: Reprodução EPTV |
“A identificação geográfica
dele era ‘café do cerrado’. E este mesmo estudo mostrou que não era o café a
coisa mais importante que se tinha, mas sim a região inteira. Era a atitude dos
produtores, a atitude dos filhos dos produtores, a forma com que eles
conseguiam fazer, e a governança que eles tinham pra fornecer o café. Quando
mostrou isso, viu-se que o café do cerrado era só uma marca, um agregado. Aí
eles se transformaram na região do cerrado mineiro, o que trouxe outra visão de
mercado”, salientou.
O professor destaca ainda
que a região é repleta de qualidades únicas, o que deve fazer com que o título
“vulcânico” não fique apenas com o café, mas que, em um futuro próximo, atinja
outras áreas também.
“Estamos enxergando que toda nossa região tem qualidades
únicas, por exemplo, a de turismo. Talvez nossa notoriedade está em receber,
trazer as pessoas e mostrar a região, os cafés vulcânicos e a qualidade deles.
Mas a gente está vendo notoriedade em outras áreas também, como, por exemplo,
as uvas e os vinhos de Andradas (MG), os queijos, os doces de Caldas (MG) e
Santa Rita de Caldas (MG). Os cafés especiais da Serra de São Sebastião da Grama
(SP), de Divinolândia (SP). Toda a rota turística que tem na região, como os
cristais que têm em Poços de Caldas”, concluiu.
Fonte:
G1/Sul de Minas
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