Monalisa Perrone no Hora 1 da última terça-feira: jornalista troca a madrugada da Globo pelo horário nobre da CNN Brasil. (Reprodução/TV Globo) |
Monalisa Perrone destacada com selo da CNN Brasil. (Reprodução/CNN no Instagram) |
Quem madrugou
às 4h da última quarta-feira, 04, e esperava ver a jornalista Monalisa Perrone
e seu alto astral à frente do telejornal matutino da Rede Globo, “Hora
1”, “deu com os burros n’água”.
A apresentadora
do “Hora 1” pediu demissão da Globo na manhã da terça-feira, 03, após uma longa
e tensa reunião com Cristina Piasentini, diretora de Jornalismo em São Paulo.
Ela deixou a emissora, onde trabalhava desde 1999, porque recebeu uma
"proposta irrecusável" da CNN Brasil (foto ao lado), canal de
notícias que entra no ar em novembro. Ela irá apresentar um telejornal no
horário nobre. Na Globo, será substituída por Roberto Kovalick.
Em nota
oficial no início desta tarde, a CNN Brasil confirmou a contratação.
"Monalisa estará presente em toda a programação multiplataforma da CNN
Brasil e comandará um programa diário, ao lado de um time de comentaristas de
política e economia e convidados diversos, que debaterão os temas mais
relevantes do Brasil e do mundo", anunciou o canal no comunicado. (leia na íntegra no final deste texto)
Monalisa
ancorava o “Hora 1” desde sua estreia, em 1º de dezembro de 2014. Antes,
durante 15 anos, foi repórter de todos os telejornais da Globo e apresentou,
eventualmente, o SPTV (hoje SP1 e SP2), o Bom Dia São Paulo e o Bom Dia Brasil.
Monalisa Perrone e Chico Pinheiro já
estiveram juntos no “Bom Dia Brasil”.
(Reprodução/TV Globo)
|
Desde 2014,
dividia a transmissão do Carnaval de São Paulo com Chico Pinheiro (foto
ao lado). A jornalista deixa a Globo em uma semana de comemorações dos
50 anos do Jornal Nacional.
A emissora
confirmou o pedido de demissão no final da manhã.
O Notícias
da TV apurou que, além da proposta financeira muito superior da CNN
Brasil, pesou na decisão de Monalisa Perrone o fato de poder ter uma “vida
normal”.
Para estar
na Globo a 1h da madrugada e apresentar o “Hora 1” das 4h às 6h, tinha que ir
dormir às 17h e acordar às 23h30. Isso atrapalhava sua vida pessoal,
principalmente o acompanhamento do crescimento do filho. O projeto da CNN
Brasil, um licenciamento da CNN americana, também foi determinante na decisão
de trocar a maior emissora do país por um canal que ainda nem entrou no ar. Nos
últimos anos, ela recebeu propostas da Record e do SBT, e recusou.
As
negociações com a CNN Brasil começaram há mais de um mês e avançaram, mesmo com
o vazamento da informação, noticiada pelo colunista Flávio Ricco, do UOL, em 15
de agosto. As tratativas foram tão discretas que ninguém na Globo esperava seu
pedido de demissão. Na tarde desta terça, a Globo agradeceu a contribuição de
Monalisa e anunciou que Roberto Kovalick assumirá o comando do “Hora 1” a
partir de segunda-feira, 09.
Oficialização
Confira o comunicado
oficial do diretor-geral de Jornalismo da Globo, Ali Kamel:
"É com grande alegria que comunico que Roberto Kovalick,
um dos nossos mais talentosos jornalistas, assumirá a bancada do 'Hora 1'.
Roberto Kovalick conquistou o respeito de todos nós com uma
carreira sólida e cheia de êxitos aqui e no exterior. Começou em 1987 na Rádio
Gaúcha de Porto Alegre e, pouco tempo depois, se tornou repórter da RBS-TV,
também de Porto Alegre. Suas reportagens passaram a ser exibidas no 'Jornal
Nacional' e em outros jornais da Rede Globo e, em 1990, ele foi convidado para
se transferir para a TV Globo do Rio de Janeiro, onde participou de coberturas
marcantes como o sequestro do ônibus 174. No ano 2000, foi transferido para a TV
Globo de Brasília, para fazer reportagens investigativas. Cobriu momentos
importantes da história recente, como as eleições de 2002.
Roberto Kovalick é o novo apresentador do “Hora 1”. (Reprodução) |
Em 2005, Kovalick (foto
ao lado) iniciou uma carreira de correspondente internacional que duraria
mais de uma década. Seu primeiro posto foi em Nova York, onde cobriu, entre
outros acontecimentos impactantes, a eleição do presidente Barack Obama, em
2008, e a grande crise econômica mundial.
Em 2009, foi convidado a inaugurar o escritório da TV Globo
em Tóquio, onde ficou por cinco anos e teve, como cobertura mais marcante, o
tsunami, que provocou o acidente nuclear de Fukushima, em 2011. Dias tensos em
que tudo era difícil, a locomoção, as comunicações e também grandes os riscos
para a própria segurança. O resultado foram reportagens que marcaram a história
do jornalismo na Globo (Marcos Uchôa se juntaria a ele depois na cobertura, uma
dupla de excelência).
Em 2013, foi transferido para o escritório da Globo em
Londres, como repórter e chefe do escritório.
Na Europa, cobriu eventos como a crise na Ucrânia, um
conflito com a Rússia cujos reflexos são sentidos ainda hoje. Desde 2016, está
na Globo de São Paulo, como repórter especial do 'Jornal Nacional' e
apresentador substituto do 'SP2' e do 'Jornal Hoje'.
Como âncora, leva para o 'H1' toda a sua experiência, sua
clareza, seu texto impecável e sua grande capacidade de comunicação. Kovalick
assume a bancada na próxima segunda-feira (09). A ele, todo o sucesso do mundo.
Ele substitui a jornalista Monalisa Perrone, que deixa hoje a
Globo. Somos gratos à Monalisa por sua trajetória. Depois de uma carreira nas
principais rádios de São Paulo, Monalisa chegou à Globo em 1999 para integrar o
time de repórteres locais. Trabalhou em todos os telejornais da Globo e foi
repórter do 'Jornal Nacional' até novembro de 2014, quando assumiu a bancada do
'Hora 1' na estreia do telejornal. Por quase cinco anos, liderou o matutino com
grande êxito. Monalisa esteve à frente das transmissões dos desfiles das
escolas de samba de São Paulo nos últimos seis anos. A ela agradecemos a
colaboração e desejamos sorte nessa nova etapa.
Kovalick assumirá a bancada na próxima segunda-feira. Até lá,
o 'H1' fica nas mãos firmes e competentes de Michelle Barros."
Do Rádio Ao
'Que Deselegante'
Monalisa,
hoje com 49 anos, começou a trabalhar no início dos anos 1990, como atendente
de locadora de carros, para pagar a mensalidade da faculdade de Jornalismo da
PUC de São Paulo. Em 1992, ainda frequentando a universidade, começou a atuar
como repórter, na rádio Jovem Pan. Três anos depois, foi para a rádio
Bandeirantes, também em São Paulo, onde aprendeu a improvisar, qualidade que
lhe foi muito útil no “Hora 1”.
Em 1999,
Monalisa foi contratada para cobrir assuntos da cidade de São Paulo na Globo,
que procurava alguém com a "verborragia de quem trabalhou em rádio",
segundo declarou ao projeto Memória Globo.
A
jornalista, aos poucos, foi expandindo sua atuação dos assuntos locais para os
nacionais. Primeiro, fez reportagens para o Bom Dia Brasil. Em 2001, estreou ao
vivo no Jornal Nacional e ganhou confiança na casa. A partir de então,
participou das principais coberturas ancoradas em São Paulo.
Em 2010,
Monalisa passou a fazer parte do time de apresentadores substitutos da Globo,
cobrindo folgas e férias no Bom Dia São Paulo, Bom Dia Brasil e SPTV.
(Reprodução/TV Globo) |
Sua
trajetória como repórter na Globo foi marcada por um incidente, em 2011. Ela
estava ao vivo no Jornal Hoje, em frente ao hospital Sírio-Libanês, em São
Paulo, quando foi agredida por um homem, que a empurrou. A reação de Sandra
Annenberg (foto ao lado), na bancada do Hoje, virou meme. "Que
deselegante!", ela disse.
No início
de 2015, logo após se tornar apresentadora titular da emissora, com o “Hora 1”,
passou a dar plantões aos sábados no Jornal Hoje. Um ano depois, estreou na
bancada do Jornal Nacional, como plantonista. Seu último plantão foi há duas
semanas, em 24 de agosto.
CNN Brasil:
18 horas ao vivo
A CNN
Brasil corre contra o tempo para começar em novembro. A marca foi licenciada
por Douglas Tavolaro, ex-vice-presidente de Jornalismo da Record, e pelo empresário
Rubens Menin.
O canal vai operar em edifício na Avenida Paulista, com vista para o
prédio da Fiesp, local de manifestações populares em São Paulo. As obras de
reforma terminam em outubro. Os equipamentos serão instalados até novembro.
Tavolaro e sua
equipe (já foram contratados cerca de cem profissionais) trabalham na montagem
de uma grade de programação que terá 18 horas de transmissões ao vivo. A
operação envolverá, ao todo, cerca de 400 jornalistas.
Evaristo Costa e William Waack serão apresentadores da CNN Brasil. (Foto: CNN Brasil/Divulgação Estadão Conteúdo) |
As
primeiras contratações midiáticas da CNN Brasil foram de Evaristo Costa e
William Waack, ex-Globo (foto ao lado). Depois, vieram os
repórteres Phelipe Siani e Mari Palma, o “casal 20” da Globo. A ofensiva aos
profissionais da Globo foi grande.
Confira a
Nota Oficial da CNN Brasil
"A CNN Brasil anuncia a contratação da jornalista e
apresentadora Monalisa Perrone. Um dos principais nomes do telejornalismo
brasileiro, ela será âncora de um dos produtos jornalísticos do prime time da
emissora, que já conta com a credibilidade e a competência de William Waack.
Monalisa estará presente em toda a programação
multiplataforma da CNN Brasil e comandará um programa diário ao lado de um time
de comentaristas de política e economia e convidados diversos, que debaterão os
temas mais relevantes do Brasil e do mundo.
A jornalista deixa a Rede Globo após duas décadas, onde
apresentava os telejornais ‘Hora 1’ e Jornal Nacional. Nos últimos quatro anos,
comandou uma reviravolta na audiência da televisão aberta nas primeiras horas
do dia. Foi com Monalisa que a Globo conseguiu retomar a liderança absoluta no
horário matutino.
'A Monalisa Perrone é uma apresentadora competente que por
muito tempo permaneceu na TV aberta, sempre com uma audiência de milhões de
telespectadores. Sua decisão de vir para a CNN Brasil é mais uma prova da
força, da credibilidade e da seriedade da marca e do projeto que estamos
desenvolvendo', destaca Douglas Tavolaro, CEO e fundador da CNN Brasil.
Formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP), começou sua carreira em rádio, com passagens por Jovem Pan e Rádio
Bandeirantes. Contratada pela Globo em 1999, logo ganhou destaque por
coberturas nas editorias de política e economia. Tornou-se repórter especial
dos principais telejornais da emissora e, no início desta década, venceu o
Troféu Mulher Imprensa por quatro anos consecutivos (2010-2013) como melhor
repórter da televisão brasileira.
Em 2014, deixou a reportagem para assumir o ‘Hora 1’. No ano
seguinte, entrou para o time de apresentadores do Jornal Hoje. No ano seguinte,
foi promovida à seleta equipe de âncoras do Jornal Nacional – na qual
permaneceu até a data de hoje."
Fonte: noticiasdatv.uol.com.br
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