Atritos
se intensificaram após a conclusão do acordo
entre Mercosul e União Europeia, em julho deste ano
A postura do ministro Meio Ambiente, Ricardo
Salles, já
preocupava uma ala do governo semanas antes da crise ambiental na Amazônia ganhar repercussão internacional. A
ministra da Agricultura, Tereza
Cristina, esboçava
insatisfação com o discurso dele desde julho, mas evitou bater de frente com
Salles para não contrariar parte da bancada ruralista que apoia o
posicionamento mais radical.
Segundo
aliados, a ministra da Agricultura (foto ao lado) ficou insatisfeita
com o trabalho de Salles por avaliar que ele começou a prejudicar negociações
comerciais do agronegócio. Os atritos, de acordo com relatos, se intensificaram
após a conclusão do acordo entre
Mercosul e União Europeia,
em julho, que precisa ser ratificado pelo Parlamento Europeu e pelos
países-membros, onde os representantes de partidos ambientalistas ganharam
força nas últimas eleições.
Nos
bastidores, Tereza Cristina chegou a dizer que Salles é "pouco
maleável" e que a situação com ele "está difícil". Segundo
pessoas próximas, a relação entre eles "esfriou" há alguns meses por
causa das divergências sobre o discurso a ser adotado sobre questões como
preservação de florestas e desmatamento.
No
governo, a avaliação é de que Salles (foto ao lado) apenas reflete a
visão do presidente Jair Bolsonaro sobre temas ambientais. Nas redes sociais, o
ministro do Meio Ambiente manteve a postura de confronto diante da crise, com
publicações contra Organizações Não Governamentais (ONGs), novos
questionamentos a dados científicos e críticas ao presidente francês Emmanuel
Macron, que pode colocar em risco o acordo Mercosul-UE.
Nesta
sexta-feira, 23, mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou apoio ao ministro do Meio Ambiente ao chegar
ao seu lado na Cerimônia do Dia do Soldado, no Quartel General do Exército, em
Brasília. Em discurso, Bolsonaro reforçou em mais de um momento que há
"confiança mútua" entre ele e seus ministros.
Proteger
“a Qualquer Custo”
No
coração da Amazônia, os indígenas Mura prometeram proteger suas terras
ancestrais em meio a ameaças de fazendeiros, madeireiros e incêndios
devastadores.
Assista
ao vídeo produzido pela Reuters
através do endereço https://www.msn.com/pt-pt/video/noticias/até-a-última-gota-de-sangue-tribo-promete-proteger-amazônia/vi-AAGeCX9?ocid=WidgetStore.
Fonte: Estadão
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