São Paulo, SP – Previsto para começar às 9h desta segunda-feira, 13, no Fórum de SantoAndré, município da Grande São Paulo, o julgamento de Lindemberg Alves Fernandes, hoje com 25 anos de idade, está atrasado em quase uma hora e não deve começar antes das 11h. Ele é acusado de matar, em outubro de 2008, a ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel da Silva [foto], na época com 15 anos de idade, após mantê-la em cativeiro por cerca de 100 horas na casa da vítima, também em Santo André.
A expectativa é de que, pela primeira vez, Lindemberg conte ao júri tudo o que aconteceu durante os quatro dias em que manteve a ex-namorada e Nayara, amiga de sua ex, sob ameaça no apartamento da família de Eloá. Desde o momento de sua prisão, o acusado nunca falou sobre o que aconteceu dentro da residência.
TransferênciaSob forte escolta policial, que durou cerca de 1h50, Lindemberg foi levado do presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, onde está preso desde outubro de 2008, para o Fórum de Santo André, aonde chegou por volta das 8h.
Antecedente e Sensacionalismo
A advogada de defesa, Ana Lúcia Saad, chegou ao local por volta das 8h30 e, em entrevista à imprensa, explicou que Lindemberg estava esperando para falar com quem, de fato, irá julgá-lo. “Eu espero que os jurados não venham ‘armados’ e sim de coração aberto.”
De acordo com Saad, durante o julgamento serão exibidos trechos do longa-metragem “Sem Vestígios” (2008), que tem a atriz Diane Lane no papel principal. “A lição que o filme passa é importante”, afirmou.
A advogada também disse que seu cliente não se sente processado pelo judiciário de maneira correta, já que todas as instâncias foram indeferidas. Ela fez uma comparação do caso de Lindemberg com o do jornalista Pimenta Neves. “Pimenta Neves ficou muitos anos em prisão domiciliar e ele (Lindemberg), o menino de periferia, sem antecedentes criminais, com dois trabalhos, que nunca passou nem na porta de uma delegacia, serviu de bode expiatório. Toda história tem duas versões”, disse.
Saad voltou a condenar o trabalho da imprensa na cobertura dos fatos e afirmou que não irá revelar a tese da defesa. Ela apenas confirmou que todas as testemunhas convocadas podem contribuir de alguma forma para o caso.
AcompanhamentoCom visual diferente, Nayara Rodrigues, amiga de Eloá, que também foi mantida refém por Lindemberg, chegou ao Fórum por volta das 8h50. Muito abatida, a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel da Silva, chegou por volta das 9h20. Ela afirmou que, desde o crime, ninguém da família de Lindemberg a procurou e que espera que ele seja condenado. “Quero que ele pague pelo que ele fez”.
Cerca de 50 pessoas, entre curiosos e estudantes de Direito, estão no local aguardando o início do julgamento. O primeiro da fila é Mauro Washington Duvilierz, de 46 anos, que chegou por volta da meia-noite de ontem, 12. “A população já conhece ele (Lindemberg) e não há diferença que possa reverter a sua situação”, disse o autônomo, estudante do 3º semestre de Direito, que pretende acompanhar os três dias de júri.
Dezenove testemunhas serão ouvidas, cinco de acusação e 14 de defesa, e sete jurados decidirão se o réu é ou não culpado por homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, disparo de arma de fogo e cárcere privado, podendo ser condenado a até 100 anos de prisão, todavia, conforme prevê a lei brasileira, não cumprir mais do que 30 anos e, ainda, podendo ter a pena reduzida por bom comportamento e dias trabalhados. A expectativa é de que o resultado saia até a próxima quarta-feira, 15.
(*) Com informação Diário Online, Band e R7
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