quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Caso Eloá: Julgamento de Lindemberg entra no quarto dia

Defesa e acusação podem levar até cinco horas para apresentar suas considerações antes que júri comece a votar “Sim” ou “Não” nos quesitos que apontarão para pena
Santo André, SP – Os trabalhos no Fórum de Santo André, município da Grande São Paulo, foram retomados por volta das 9h50 desta quinta-feira, 16, no quarto dia de julgamento de Lindemberg Alves Fernandes [foto acima], hoje com 25 anos de idade, que teria matado, no dia 15 de outubro de 2008, a ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel da Silva [foto abaixo], na época com 15 anos de idade, depois de mantê-la em cárcere privado, por
cerca de 100 horas, no apartamento da família da vítima, juntamente com a amiga Nayara Rodrigues.
O período da manhã estará reservado para os debates entre acusação e defesa, o qual pode se estender até às 14h, 15h, desta quinta-feira. Em um primeiro momento tanto a Promotoria de Justiça, a quem cabe a acusação, quanto a os advogados de defesa terão 1h30 cada para apresentar suas considerações. Na sequência, caso a promotora Daniela Hashimoto entenda necessário, poderá ter mais uma hora para réplica e, assim, haverá mais uma hora para a tréplica da defesa, feita pela advogada Ana Lúcia Saad.
Terminada esta fase, haverá recesso para o almoço e, no retorno, o júri, formado por seis homens e uma mulher, começa a votar “Sim” ou “Não” a cada um dos quesitos que definirão a sentença a ser imposta a Lindemberg. Caberá a este júri decidir se o réu é ou não culpado pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, cárcere privado e disparo de arma de fogo. Somente depois disso é que a juíza Milena Dias determinará a imputabilidade do acusado. A projeção é de que ela a sentença por volta das 20h de hoje, 16.
Depoimento
A morte de Eloá ocorreu após cerca de cem horas de cárcere privado no apartamento de sua família, em Santo André (SP), no dia 15 de outubro de 2008.
Em um primeiro momento, quatro dias antes, Lindemberg chegou ao apartamento e encontrou Eloá com três colegas de escola – Nayara Rodrigues, Iago e Victor.
Após algumas horas de negociação com a polícia, Lindemberg libertou os dois jovens e, mais tarde, soltou Nayara. Ela, no entanto, acabou retornando para ajudar a amiga.
Entre as declarações feitas durante seu depoimento, na tarde de ontem, 15, no Fórum de Santo André, que durou pouco mais de cinco horas e foi a primeira vez que o réu deu sua
versão dos fatos, Lindemberg pediu perdão à mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel da Silva [foto]: “Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a sua dor”. Em seguida disse ter dito aos amigos de Eloá que deixassem o apartamento, que queria conversar sozinho com a namorada.
Sobre a arma que portava, um revólver calibre 32, o acusado ressaltou que vinha recebendo ameaças por telefone e que, então, era para sua segurança. “Estava armado, pois, dias antes recebi ameaças de morte pelo telefone. Era para garantir minha segurança”, explicou.
Ele refutou a acusação de que teria feito um disparo da janela do banheiro do apartamento em direção a um policial no intuito de mata-lo.
Quanto aos disparos que mataram Eloá e feriu Nayara, Lindemberg contou que foi tudo muito rápido, que, no momento em que a polícia explodiu a bomba do lado de fora para explodir a porta – o que acabou não ocorrendo – e invadiu o apartamento, Eloá fez um movimento repentino para se levantar. Ele pensou que ela pudesse querer tirar sua arma e acabou efetuando os disparos, mas que, em momento algum teve intenção de mata-la, até mesmo durante as negociações com a polícia, nunca passou de blefe e de teste com a polícia.
A exemplo do disparo da janela do banheiro, Lindemberg disse não ter recordação de atirar contra Nayara, que sobreviveu aos ferimentos.
Sentença
A pena mínima defendida pela promotora Daniela Hashimoto é de 50 anos. Mas, como já está preso há três anos, Lindemberg ficará na cadeia, no máximo, mais 27, já que o limite de tempo de prisão no Brasil é de 30 anos.
Entretanto, a advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Saad [foto], tenta convencer o júri de que a invasão policial provocou a tragédia. A versão é contestada pela promotora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Prezados (as), reservo-me ao direito de moderar todos os comentários. Assim, os que me chegarem de forma anônima poderão não ser publicados e, desta forma, tão menos respondidos. Grato pela compreensão, espero contribuir, de alguma forma, com as postagens neste espaço.