A Wikileaks começou a publicar, no último dia 27, um conjunto de mais de cinco milhões de e-mails da empresa Stratfor, considerada uma das mais bem informadas do mundo e cujos clientes incluem serviços secretos, ministérios de vários países, embaixadas e grandes empresas multinacionais.
Segundo um comunicado que a Wikileaks colocou no seu site, entre estas instituições estão a Dow Chemical Co. , a Lockheed Martin, a Northrop Grumman, a Raytheon e diversas agências governamentais americanas como o Department of Homeland Security, os US Marines, a Drug Enforcement Administration ou a US Defense Intelligence Agency. Os e-mails mostram a forma como funcionam os informadores da Stratfor e as técnicas utilizadas para conseguir informações.
Um exemplo de e-mail já revelado pela Wikileaks: “‘Tens de conseguir controlá-lo. Controlo significa controlo financeiro, sexual ou psicológico... Isto é necessário para iniciarmos uma nova fase da nossa conversa’, escreve o CEO da Stratfor para a analista Reva Bhalla, em seis de dezembro de 2011, sobre como explorar um informador dos serviços secretos israelitas para que lhe forneça informações sobre o estado de saúde do presidente da Venezuela, Hugo Chávez”.
O material liberado pela Wikileaks inclui e-mails entre 2004 e dezembro de 2011 e foi entregue a diversos órgãos de comunicação do mundo inteiro que estão, agora, explorando toda a informação disponibilizada. Entre esses órgãos estão o jornal espanhol Público, a revista italiana L’Espresso e o Página 12 da Argentina. Os Global Intelligence Files, assim chamados pela Wikileaks, mostram as formas de recrutamento e pagamento dos informadores da empresa, que incluem funcionários públicos em vários países, pessoal de embaixadas e até jornalistas.
Estes documentos mostram, por exemplo, como a Coca-cola contratou a Stratfor para obter informações sobre os ativistas da PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), uma associação que se preocupa com os direitos dos animais. Estas informações foram requeridas a propósito dos Jogos Olímpicos de Vancouver. Demonstrando a eventual troca de informações entre as agências de segurança dos EUA e esta empresa privada de informações, um dos responsáveis da Startfor escreveu em um e-mail: “O FBI tem informação classificada sobre os ativistas da PETA. Vou ver o que consigo descobrir.”
(*) Com informação RTP e EPA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Prezados (as), reservo-me ao direito de moderar todos os comentários. Assim, os que me chegarem de forma anônima poderão não ser publicados e, desta forma, tão menos respondidos. Grato pela compreensão, espero contribuir, de alguma forma, com as postagens neste espaço.