Hipótese é de que água está
se infiltrando pelas rachaduras das placas e transformando camada em minerais
verdes macios
Em 1969, um grande terremoto
sacudiu o litoral de Portugal, iniciando um tsunami que matou mais de dez
pessoas. Muito antes disso, no século XVIII, um terremoto muito pior atingiu a
mesma área, matando cerca de 100 mil pessoas e destruindo a cidade de Lisboa.
Dois
terremotos em 200 anos não é uma frequência alarmante, mas o que deixou
cientistas intrigados é que eles aconteceram em uma região em que o chão do
oceano é liso, sem falhas ou rachaduras.
Normalmente os terremotos
acontecem em regiões em que as placas tectônicas se encontram. Então o que
estaria causando esses terremotos?
Uma
das hipóteses é que a placa tectônica estaria se descascando em duas camadas,
uma abaixo da outra. Este fenômeno nunca foi observado antes, dizem cientistas
que relataram o caso na Assembleia Geral da União Europeia de Geociências, que
aconteceu em Viena.
Essa
descamação pode estar criando uma nova zona de liberação de energia entre essas
duas camadas. A divisão provavelmente está acontecendo por causa de uma camada
absorvente de água no centro da placa, de acordo com a National Geographic.
Essa camada pode passar por um processo geológico chamado serpentinização, em
que minerais são convertidos em serpentina.
Esse
processo acontece quando a água que se infiltra pelas rachaduras fazem a camada
se transformar em minerais verdes macios. E isso pode estar causando a divisão
das camadas. Esses cientistas não são os primeiros a propor essa ideia, mas são
os primeiros a trazerem alguns dados que dão suporte à hipótese.
Eles
testaram a ideia com dois modelos 2D, e seus resultados preliminares mostraram
que esse tipo de atividade é realmente possível, mas que ainda necessita de
mais estudo para ser comprovado. A pesquisa ainda não foi publicada em uma
revista revisada pela comunidade científica.
Fonte: Live Science/Hypescience
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