quarta-feira, 29 de maio de 2019

BEBÊ QUE NASCEU COM MENOR IDADE GESTACIONAL NA HISTÓRIA DA SANTA CASA TEM ALTA DA UTI NEONATAL

Heloíza Venâncio da Silva nasceu com 23 semanas e cinco dias de gestação, medindo 28,5 centímetros e pesando apenas 605 gramas
Às 8h da manhã do dia 16 de fevereiro, com apenas 23 semanas e cinco dias de gestação, nasceu Heloíza Venâncio da Silva, a criança com menor idade gestacional da história do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas, município do Sul de Minas Grais. Na época, com apenas 605g e 28,5 centímetros, a expectativa de vida era muito pequena, mas três meses e 12 dias depois, pesando 2,490kg e medindo 42,5 centímetros, na noite da última terça-feira, 28, esse milagre chamado Heloíza teve alta da UTI Neonatal.
Heloíza está agora com 37 semanas de idade gestacional corrigida, é como se ela ainda fosse nascer, já que o ideal é o bebê nascer com 40 semanas. “A UTI Neonatal é como se fosse uma extensão do útero da mãe, porque o bebê termina seu desenvolvimento, que seria dentro da mãe, aqui com a gente. Então, é muito gratificante a equipe vivenciar isso, de ver um bebê, que nasceu com essa idade gestacional, muito bem. Estamos muito felizes de entregar a Heloíza para os pais, que é o nosso principal objetivo”, revela a coordenadora de Enfermagem da UTI Neonatal, Gisele Furtado da Mata Alvarenga.
A enfermeira conta ainda que Heloíza foi para a Pediatria com uso de um cateter nasal, já que ainda está dependendo de um pouco de oxigênio. Por isso, ela fica no Hospital até o desmame desse oxigênio e aí sim deverá ir pra casa.
“Agora a mãe começa a cuidar e ela vai ter esse acompanhamento médico na Pediatria para desmame de cateter nasal. É difícil fazer uma previsão de quanto tempo ela vai ficar ainda, depende do bebê. Semanalmente vai reduzindo o que a gente chama de ‘Fo2’, que é o oxigênio, e assim que ela conseguir sair desse cateter, ela aguarda de um a dois dias em área ambiente e depois disso tem alta pra casa”, explica a coordenadora.
A médica da UTI Neonatal da Santa Casa, Dra. Manoela Borba, conta que com 23 semanas e cinco dias o embrião ainda não está totalmente formado e de imediato isso é o que mais gera complicações, mas que Heloíza surpreendeu, recebeu todos os cuidados necessários e passou por tudo sem sequelas.
“A Heloíza nasceu de 23 semanas e cinco dias, de cinco para seis meses, onde o índice de mortalidade é muito grande. Ela nasceu com 605 gramas e, quando um bebê tão prematuro nasce, temos que ser sinceros com os pais e jogar as reais possibilidades. Com as chances altas de mortalidade, é um dia após o outro aqui na UTI e a Heloíza nos surpreendeu desde o nascimento, já dava pra notar o quão guerreira ela é. Passou por algumas dificuldades, algumas intercorrências ao longo desses três meses que ela está na UTI e hoje ela está recebendo alta em condições de seguir uma vida normal”, enfatiza a médica.
Surpresa
Mãe de primeira viagem, Nataly Alves Venâncio da Silva agora é só alegria em poder ficar com sua filha, mas, há três meses, quando Heloíza nasceu, foi um susto muito grande, já que ninguém imagina que um bebê vai nascer com tanta antecedência.
“Eu achei que era uma cólica, tinha acabado de tomar medicamento e achei que era por conta desse medicamento que eu estava passando mal. Mas foi agravando muito, ligamos para minha médica e ela estava na Santa Casa de plantão. Aí ela disse para correr que estava nascendo. Na semana anterior ela tinha dito que se nascesse era aborto, então, quando estourou a bolsa no caminho, eu fiquei muito assustada, achei que tinha perdido minha filha, mas chegamos à Santa Casa e ela nasceu bem, respirando, logo o intestino funcionou”, detalha a mãe, que sempre teve muita fé que sua filha iria sobreviver.
“Eu sempre confiei muito, eu sempre tive muita fé em Deus, mas o que a gente ficou com medo foi o fato de ela ter nascido com o canalzinho do coração aberto. Mas, graças a Deus, não precisou fazer cirurgia, curou sozinho. Agora, com ela comigo no quarto, é só alegria. Estou apenas contando os dias para poder levá-la pra casa”, comemora.
O pai, Rafael Batista da Silva, conta que quando Heloíza nasceu ela não tinha esperança nenhuma de sobrevivência, era praticamente um aborto. Mas, ela foi correspondendo e a certeza que ela ficaria bem crescia a cada dia. “Todos os testes que a Santa Casa fazia ela passava super bem. A equipe super dedicada com ela, 24 horas, médicos, enfermeiros… Foi passando os dias e a esperança foi aumentando, a fé foi aumentando, e hoje, graças a Deus, ela já está com 2,490 kg, já saiu da incubadora após 90 dias e agora está tendo alta para ir para o quarto, para aprender a mamar, fazer todo o processo e a gente levar ela pra casa”, conta o pai.
Fonte e fotos: Assessoria de Comunicação/Santa Casa

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