Heloíza Venâncio da Silva nasceu com 23
semanas e cinco dias de gestação, medindo 28,5 centímetros e pesando apenas 605
gramas
Às 8h da manhã do dia 16 de
fevereiro, com apenas 23 semanas e cinco dias de gestação, nasceu Heloíza
Venâncio da Silva, a criança com menor idade gestacional da história do
Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas, município do Sul de
Minas Grais. Na época, com apenas 605g e 28,5 centímetros, a expectativa de
vida era muito pequena, mas três meses e 12 dias depois, pesando 2,490kg e medindo
42,5 centímetros, na noite da última terça-feira, 28, esse milagre chamado
Heloíza teve alta da UTI Neonatal.
Heloíza está agora com 37
semanas de idade gestacional corrigida, é como se ela ainda fosse nascer, já
que o ideal é o bebê nascer com 40 semanas. “A UTI Neonatal é como se fosse uma
extensão do útero da mãe, porque o bebê termina seu desenvolvimento, que seria
dentro da mãe, aqui com a gente. Então, é muito gratificante a equipe vivenciar
isso, de ver um bebê, que nasceu com essa idade gestacional, muito bem. Estamos
muito felizes de entregar a Heloíza para os pais, que é o nosso principal
objetivo”, revela a coordenadora de Enfermagem da UTI Neonatal, Gisele Furtado
da Mata Alvarenga.
A enfermeira conta ainda que
Heloíza foi para a Pediatria com uso de um cateter nasal, já que ainda está
dependendo de um pouco de oxigênio. Por isso, ela fica no Hospital até o
desmame desse oxigênio e aí sim deverá ir pra casa.
“Agora a mãe começa a cuidar
e ela vai ter esse acompanhamento médico na Pediatria para desmame de cateter
nasal. É difícil fazer uma previsão de quanto tempo ela vai ficar ainda,
depende do bebê. Semanalmente vai reduzindo o que a gente chama de ‘Fo2’, que é
o oxigênio, e assim que ela conseguir sair desse cateter, ela aguarda de um a
dois dias em área ambiente e depois disso tem alta pra casa”, explica a
coordenadora.
A médica da UTI Neonatal da
Santa Casa, Dra. Manoela Borba, conta que com 23 semanas e cinco dias o embrião
ainda não está totalmente formado e de imediato isso é o que mais gera
complicações, mas que Heloíza surpreendeu, recebeu todos os cuidados
necessários e passou por tudo sem sequelas.
“A Heloíza nasceu de 23
semanas e cinco dias, de cinco para seis meses, onde o índice de mortalidade é
muito grande. Ela nasceu com 605 gramas e, quando um bebê tão prematuro nasce,
temos que ser sinceros com os pais e jogar as reais possibilidades. Com as
chances altas de mortalidade, é um dia após o outro aqui na UTI e a Heloíza nos
surpreendeu desde o nascimento, já dava pra notar o quão guerreira ela é.
Passou por algumas dificuldades, algumas intercorrências ao longo desses três
meses que ela está na UTI e hoje ela está recebendo alta em condições de seguir
uma vida normal”, enfatiza a médica.
Surpresa
Mãe de primeira viagem,
Nataly Alves Venâncio da Silva agora é só alegria em poder ficar com sua filha,
mas, há três meses, quando Heloíza nasceu, foi um susto muito grande, já que
ninguém imagina que um bebê vai nascer com tanta antecedência.
“Eu achei que era uma
cólica, tinha acabado de tomar medicamento e achei que era por conta desse
medicamento que eu estava passando mal. Mas foi agravando muito, ligamos para
minha médica e ela estava na Santa Casa de plantão. Aí ela disse para correr
que estava nascendo. Na semana anterior ela tinha dito que se nascesse era
aborto, então, quando estourou a bolsa no caminho, eu fiquei muito assustada,
achei que tinha perdido minha filha, mas chegamos à Santa Casa e ela nasceu
bem, respirando, logo o intestino funcionou”, detalha a mãe, que sempre teve
muita fé que sua filha iria sobreviver.
“Eu sempre confiei muito, eu
sempre tive muita fé em Deus, mas o que a gente ficou com medo foi o fato de ela
ter nascido com o canalzinho do coração aberto. Mas, graças a Deus, não
precisou fazer cirurgia, curou sozinho. Agora, com ela comigo no quarto, é só
alegria. Estou apenas contando os dias para poder levá-la pra casa”, comemora.
O pai, Rafael Batista da
Silva, conta que quando Heloíza nasceu ela não tinha esperança nenhuma de
sobrevivência, era praticamente um aborto. Mas, ela foi correspondendo e a
certeza que ela ficaria bem crescia a cada dia. “Todos os testes que a Santa
Casa fazia ela passava super bem. A equipe super dedicada com ela, 24 horas,
médicos, enfermeiros… Foi passando os dias e a esperança foi aumentando, a fé
foi aumentando, e hoje, graças a Deus, ela já está com 2,490 kg, já saiu da
incubadora após 90 dias e agora está tendo alta para ir para o quarto, para
aprender a mamar, fazer todo o processo e a gente levar ela pra casa”, conta o
pai.
Fonte e fotos: Assessoria de
Comunicação/Santa Casa
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