Curitiba, PR — A fabricante de automotores francesa, Renault, anunciou nesta quarta-feira um aumento da capacidade de produção no Brasil e diz que aposta forte nesse mercado, onde está presente há 14 anos.
A Renault investirá 266 milhões de dólares (490 milhões de reais) em seu complexoindustrial Ayrton Senna, situado em Curitiba, no Paraná, anunciou o presidente da empresa, Carlos Ghosn [foto], que viajou à fábrica para a ocasião.
O complexo industrial conta atualmente com uma usina de fabricação de veículos particulares, outra de fabricação de motores e uma terceira dedicada aos veículos utilitários, que a Renault compartilha com sua aliada japonesa Nissan.
A capacidade de produção da empresa (veículos particulares e utilitários) subirá progressivamente de 280.000 unidades por ano para 380.000, disse Ghosn.
A Renault busca compensar seu atraso no Brasil, onde investiu muito desde 1997 mas só passou a ganhar dinheiro a partir de 2008.
"Perdemos de cinco a seis anos", reconheceu Ghosn em um encontro com jornalistas. "Não trabalhamos bem no Brasil", completou.
A situação mudou com o lançamento ao final de 2007 da Sandero (vendido na Europa coma marca Dacia) que causou "sensação" segundo Ghosn.
A Renault produz em Curitiba os modelos Sandero e seus derivados Sandero Stepway, Logan, Mégane segunda geração, Scenic primeira geração e o 4x4 Duster, lançado no mercado em outubro.
O anúncio acontece após a decisão do governo brasileiro de aumentar em 30% o imposto aos automóveis e caminhões importados que não tenham 65% da produção em território nacional ou do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), levando em conta que esses veículos já pagam fortes impostos.
A Renault espera melhorar sua gama de carros para responder melhor às aspirações da população brasileira, de 190 milhões de habitantes, e que só conta com 30 milhões de automóveis em circulação.
Apesar da crise internacional, o mercado automotivo brasileiro continua sendo atraente, com fortes perspectivas de crescimento e uma enorme cifra de pessoas que aspiram a comprar um carro. Assim, o Brasil se tornará este ano o segundo mercado da Renault, perdendo apenas para a França.
Treze novos modelos serão lançados nos próximos anos e a rede de concessionárias, que chegaria a 200 pontos de venda ao final do ano, será duplicada.
A Renault espera assim aumentar sua participação de mercado, de 5% a 8% em 2016,enquanto que a de sua aliada Nissan aumentaria de 1,5% a 5%.
A fabricante japonesa admitiu que estuda a possibilidade de abrir uma fábrica com capacidade de produção de 200.000 veículos no Brasil, um projeto que será oficializado esta semana no Rio de Janeiro.
A aliança Renault-Nissan se aproxima assim da americana Ford, que possui atualmente 10% de participação de mercado, mas que ainda está longe da italiana Fiat, da alemã Volkswagen e da americana General Motors, que dominam o mercado brasileiro com aproximadamente 20% cada um.
(*) Com informação AFP
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