quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Saiba mais sobre Daniel Shechtman, o Nobel de Química 2011

Nobel da Física para estadunidenses com “resultado louco” de cosmologia

Estocolmo, Suécia - A descoberta dos quase-cristais, um material útil para proteções antiaderentes e sua peculiar estrutura é o resultado de toda uma vida dedicada à pesquisa: a de Daniel Shechtman, prêmio Nobel de Química deste ano.
Shechtman, de nacionalidade israelense, nasceu em 1941 em Tel Aviv (atualmente Israel) e é professor do departamento de Engenharia de Materiais do Instituto Tecnológico de Haifa e de Ciências dos Materiais da Universidade Estatal de Iowa, nos Estados Unidos.
Após o doutorado em 1972, trabalhou nos Laboratórios de Pesquisa Wright-Patterson Air Force Base, em Ohio (EUA) e três anos mais tarde entrou para o departamento de Engenharia de Materiais do Instituto Tecnológico de Israel. Sua principal contribuição à ciência, a que valeu a ele o Nobel, foi sua descoberta em 1982 dos quasicristais, feito que revolucionou o conceito dos químicos sobre os materiais sólidos.
Este cientista israelense descobriu - contra uma grande polêmica inicial - que os quase-cristais, também chamados sólidos quase-periódicos, apresentam uma rara peculiaridade: sua estrutura não é periódica, ou seja, não é formada por unidades menores repetidas, mas por uma espécie de "mosaico árabe".
Os materiais são estruturas relativamente comuns em ligas de metais com metais e se caracterizam por serem maus condutores da eletricidade e extremamente duros e resistentes à deformação, por isso se adéquam bem como coberturas protetoras antiaderentes.
A Real Academia das Ciências da Suécia ressaltou no anúncio do Nobel de Química desta edição que Shechtman fez um trabalho "notável", solitário, tenaz e baseado em "sólidos dados empíricos". Destacou que com sua pesquisa alterou radicalmente o paradigma científico anterior, baseado na estrutura periódica dos cristais, após uma "grande polêmica" que conseguiu vencer apresentando os resultados de sua pesquisa, de "alta qualidade".
Shechtman foi reconhecido nos últimos anos com o prêmio da Sociedade Europeia de Investigação de Materiais (2008), o Gregori Aminoff da Real Academia das Ciências da Suécia (2000), o Wolf de Física (1999), o Rothschild de Engenharia (1990) e o prêmio internacional por Novos Materiais da Sociedade Física Americana (1988). O ganhador pertence desde 2004 à Academia Europeia das Ciências e desde 2000 à Academia Nacional de Engenharia dos Estados Unidos.
Física
O Prêmio Nobel da Física foi atribuído aos estadunidenses Saul Perlmutter, 52 anos, do Lawrence Berkeley National Laboratory (EUA), Brian Schmidt, 44 anos (que tem também nacionalidade australiana), da Universidade Nacional Australiana, e Adam Riess, 41 anos, da Universide Johns Hopkins (EUA) “pela descoberta da aceleração da expansão do Universo através da observação de supernovas distantes”, conforme anunciado pelo comité Nobel. Perlmutter recebe metade do montante do prémio; Schmidt e Riess partilham a outra metade.
Desde os anos 1920 que se sabia que Universo está a expandir-se em consequência do Big
Bang, a explosão cataclísmica primordial que criou o tempo e o espaço há cerca de 15 mil milhões de anos. Desde então, uma das questões fundamentais que os cosmólogos se colocavam era a de saber qual seria o destino final do Universo. A expansão iria mesmo continuar para sempre, até tudo acabar numa imensidão de rochas mortas e geladas? Ou, antes, pelo contrário, como um gigantesco elástico, o Universo iria um dia parar de se expandir e começar a contrair-se, acabando por morrer da mesma forma cataclísmica como começou – ou seja, num inimaginável Big Crunch?
Em 1998, Perlmutter e sua equipa do Supernova Cosmology Project - que incluía dois jovens investigadores portugueses do Instituto Superior Técnico de Lisboa, Patrícia Castro e Nélson Nunes -, por um lado, e Schmidt e Riess, do High-z Supernova Search Team, por outro, tentavam determinar a velocidade de expansão do Universo. Conforme declarações de Schmidt em entrevista à AFP, independentemente, eles chegaram ao mesmo “resultado louco”, totalmente inesperado: o Universo não estava apenas a expandir-se; estava a fazê-lo cada vez mais depressa! O resultado “fez estremecer os alicerces da cosmologia”, salienta o comitê Nobel em seu comunicado.
Graças aos progressos técnicos na observação do espaço, em particular com o advento nos anos 1990 de grandes telescópios terrestres ou do telescópio espacial Hubble, os laureados descobriram, assim, uma série de supernovas Ia. Mas qual não foi o seu espanto quando constataram que a luz vinda de cerca de 50 dessas supernovas era mais fraca do que previsto. Isso era sinal de que estavam a ver a expansão do Universo a acelerar e não a abrandar.
“Os nossos trabalhos sobre as supernovas, que visavam inicialmente medir a desaceleração da expansão do Universo sob o efeito da gravidade, mostraram na realidade a sua aceleração”, resume Perlmutter na sua página Web pessoal na Universidade da Califórnia.
“As descobertas dos laureados do Nobel da Física 2011”, conclui o comunicado do comité Nobel, contribuíram para revelar um Universo em grande parte desconhecido para a ciência. Tudo se torna novamente possível.”

(*) Com informação Jornal do Brasil, Terra, EFE e AFP

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