Londres, Inglaterra – Evidências surgidas hoje, 11, sugerem que os jornais britânicos The Sunday Times e The Sun obtiveram de forma ilegal informações sobre o ex-premiê Gordon Brown à época em que ele era o ministro das Finanças da Grã-Bretanha.
Os dois jornais também são do grupo News International, de Rupert Murdoch, que vem sendo pressionado pelo escândalo dos grampos envolvendo o tabloide News of the World.
Documentos e uma gravação telefônica sugerem que detalhes financeiros pessoais e de uma propriedade teriam sido obtidos por uma pessoa se passando por Brown, no ano 2000. Os detalhes teriam sido usados em um artigo do Sunday Times.
Uma investigação da BBC também revela que a família de Brown estaria desconfiada de que o jornal The Sun tenha obtido informações médicas de forma ilegal a respeito de seu filho Fraser.
Em 2006, o jornal revelou que ele sofria de fibrose cística. Os detalhes da doença eram conhecidos apenas por médicos e familiares de Brown.
O grupo News International afirmou que irá investigaras alegações.
As revelações foram publicadas quando a editora do Sun era Rebekah Brooks [foto, ao lado de Murdoch], atual executiva da News International.
A empresa vem sendo pressionada a demitir Brooks.
Família real
Também hoje, 11, foi divulgado que um jornalista do tabloide britânico News of the World tentou pagar a um policial por números de telefone e outros contatos da família real do país, segundo e-mails entregues pela empresa dona do jornal à polícia no mês passado.
Os e-mails foram descobertos pela empresa em 2007, mas entregues para a polícia apenas no mês passado.
"Há clara evidência nos e-mails que a segurança da família real foi posta em risco. Fiquei absolutamente chocado quando os li", disse uma fonte ao editor da BBC, Robert Peston, acrescentando que "é absurdo que estes e-mails não tenham sido enviados para à polícia em 2007", disse a fonte.
Peston diz que, em um dos e-mails, o jornalista especializado na família real do tabloide, Clive Goodman, pediu dinheiro ao então editor do jornal, Andy Coulson, para comprar por mil libras (cerca de R$ 2.500,00) um arquivo confidencial de telefones da família real que incluía todos os seus números, celulares inclusive, e números de telefone de todos os empregados domésticos.
A Scotland Yard, a polícia metropolitana de Londres, lamentou a divulgação de informações dizendo que estas fazem parte de uma campanha deliberada para sabotar as investigações sobre o caso.
Por meio de um comunicado, a Scotland Yard disse estar "profundamente preocupada e frustrada com a divulgação contínua de informação selecionada, do conhecimento de apenas um pequeno número de pessoas, e que podem ter um impacto significativo nas investigações".
A polícia disse que advogados da News International haviam concordado em manter em sigilo as informações durante as investigações “para identificar os responsáveis sem alertá-los”.
Cabo
O vice-premiê britânico, Nick Clegg, pediu para que o dono da News International, Rupert Murdoch, reconsidere sua oferta bilionária para a compra da operadora de TV a cabo BSkyB, a subsidiária britânica da operadora de TV por assinatura Sky, da qual já ele é acionista minoritário.
Clegg disse que o público britânico está revoltado com a notícia surgida na semana passada de que jornalistas da empresa interceptaram de forma ilegal mensagens telefônicas para uma menina assassinada em 2002 e de familiares de soldados mortos em ação.
O vice-premiê pediu para que Murdoch adote “a posturadecente” e reconsidere a proposta.
Clegg lidera o partido minoritário na coalizão de governo britânica. A responsabilidade de monitorar a compra é de um ministro do maior partido da coalizão, o Conservador.
Ontem, 10, o líder do Partido Trabalhista (oposição), Ed Miliband, disse que vai pressionar o Parlamento britânico a tentar adiar a proposta de Murdoch de comprar a BSKyB.
Miliband disse que quer que a compra seja adiada até que as investigações sobre o News of the World sejam concluídas.
O escândalo levou a News International a fechar o jornal News of The World neste último domingo, 10, após 168 anos de atividade.
(*) Com informação BBC
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