Conselho de Segurança recomendou continuidade no cargo por unanimidade e aclamação na última sexta, 17
Nova Iorque, EUA – Ban Ki-moon[foto], que foi reeleito nesta terça-feira, 21, para um segundo período como secretário-geral da ONU, não conta com o carisma de seu predecessor, Kofi Annan, mas a imagem desse workaholic [trabalhador compulsivo, em português] recuperou certo prestígio diante de sua audaz posição frente à primavera árabe.
Depois de se formar diplomata na Universidade Nacional de Seul, em 1970, Ban completou seus estudos na prestigiada Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Em 1975, iniciou sua carreira nas Nações Unidas, no Ministério de Relações Exteriores de seu país.
Nascido em 13 de junho de 1944, em um país em guerra, Ban, junto a seus pais e irmãos, teve de fugir de sua província natal quando a guerra começou, nos anos 1950.
Ele é casado com Yoo (Ban) Soon-taek, a qual conheceu na escola secundária em 1962. Tem um filho e duas filhas.
Alto, mas de aspecto frágil e voz suave, Ban Ki-moon tem uma carreira diplomática de 41 anos, que inclui 15 missões relacionadas com as Nações Unidas. Chegou à liderança da ONU depois de uma reforma para que a instituição fosse mais eficiente, menos esbanjadora e mais transparente, temas que levou muito a sério.
Durante seu primeiro mandato de cinco anos, tentou controlar com muito cuidado sua relação com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, todos eles com direito a veto sobre sua reeleição. Na sexta-feira, 17, por unanimidade e por aclamação, o Conselho de Segurança recomendou sua continuidade no cargo. A Assembleia Geral ratificou a votação hoje, 21.
Ban Ki-Moon, "profundamente honrado" pelo voto unânime, disse que estava "motivado e disposto a continuar trabalhando com os Estados-membros".
"Estou orgulhoso de tudo o que fizemos juntos, apesar de estar consciente dos enormes desafios adiante", disse depois da votação.
Alguns diplomatas dizem que ele se encontra especialmente perto dos Estados Unidos. Esteve em um momento sob os olhares dos russos por ignorar a independência de Kosovo, em 2008, e durante a guerra relâmpago entre Rússia e Geórgia, em agosto do mesmo ano. Também teve o cuidado de não provocar a China, evitando criticar seu questionável histórico no que diz respeito aos direitos humanos.
As principais falhas que lhe são atribuídas são sua falta de carisma e um inglês ruim, assim como seu francês. Mas nos últimos tempos, Ban melhorou significativamente sua imagem diante dos olhos de defensores dos direitos humanos ao manifestar seu apoio às revoluções nos países árabes, sem hesitar em utilizar uma linguagem decidida em favor dos rebeldes e exortando os governantes ao diálogo.
Não lhe falta coragem. Emitiu um informe no fim de abril condenando o governo do Sri Lanka, acusado de possíveis "crimes de guerra" durante a repressão da rebelião tâmil, e foi veemente contra o ex-presidente marfinense Laurent Gbagbo.
"Ban superou seus críticos, mostrando que podia sustentar um discurso contundente em matéria de direitos humanos e proteção de civis, sobretudo no mundo árabe e na Costa do Marfim. Na Costa do Marfim, seu compromisso é crucial para resolver o conflito", disse um diplomata ocidental.
(*) Com informação APF e JB
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Prezados (as), reservo-me ao direito de moderar todos os comentários. Assim, os que me chegarem de forma anônima poderão não ser publicados e, desta forma, tão menos respondidos. Grato pela compreensão, espero contribuir, de alguma forma, com as postagens neste espaço.