segunda-feira, 20 de junho de 2011

Paquistão fará nova investigação da morte de Bin Laden

Paquistaneses estão céticos quanto à revelação das falhas de inteligência e de segurança que envolvem o líder da Al-Qaeda e sua morte
Islamabad, Paquistão – O governo do Paquistão está formando uma nova comissão de inquérito para apurar as falhas de segurança e de inteligência que levaram à presença no país do líder da rede Al-Qaeda, Osama Bin Laden, e à incursão militar estadunidense que causou a sua morte.
O grupo de investigação anterior, nomeado a pedido do Parlamento pelo primeiro-ministro Yousuf Raza Gilani [foto], ficou marcado por disputas políticas e por questionamentos sobre a sua legalidade.
Bin Laden
Primeiro na lista de criminosos mais procurados pelos Estados Unidos, Bin Laden foi morto no dia dois de maio, em uma operação conduzida por uma unidade de elite do Exército estadunidense em Abbottabad, no Norte do
Paquistão, a 100 km da capital Islamabad.
Em Abbottabad, o líder da Al-Qaeda estava escondido em uma mansão a menos de um quilômetro da Academia Militar do Paquistão, a principal base militar do país. Acredita-se que ele tenha morado por pelo menos um ano no local.
A operação militar estadunidense em território paquistanês, que levou à morte de Bin Laden, foi condenada no Parlamento paquistanês, sendo considerada uma violação da soberania do país.
Enfurecidos, legisladores exigiram uma investigação independente. No entanto, depois de um mês da polêmica, ainda nada foi feito.
Legalidade
A comissão de inquérito formada pelo primeiro-ministro, que seria chefiada por um ministro da Suprema Corte de Justiça, acabou sendo inviabilizada antes de começar os trabalhos, por ter, supostamente, violado procedimentos legais ao ser formada.
Agora, o ministro da Lei paquistanês, Maula Baksh
Chandio, afirma que consultas estão sendo feitas para que não haja qualquer problema com a formação da nova comissão.
De acordo com informações repassadas pela repórter da BBC, Brenda Marshall, muitas pessoas no Paquistão estão céticas quanto à revelação de todos os fatos envolvendo as falhas de inteligência e de segurança, bem como a permanência de Bin Laden no país e sua morte.
Participação
As forças de segurança do Paquistão, incluindo alguns de seus altos funcionários, foram alvo de suspeitas de colaboração e cumplicidade com a Al-Qaeda.
Logo depois da morte de Bin Laden, o chefe da Inteligência paquistanesa entregou seu cargo, mas sua demissão não foi aceita.
Desde então, vários suspeitos de ajudar os estadunidenses a localizar o líder da Al-Qaeda em território paquistanês foram detidos, mas nenhuma medida foi tomada contra oficiais do Exército ou contra altas autoridades de segurança do país.
Atuação
O líder da Al-Qaeda era acusado de comandar dezenas de
atentados, incluindo as explosões em duas embaixadas americanas, no Leste da África, em 1998, e os ataques de 11 de setembro de 2001, que mataram cerca de três mil pessoas no “World Trade Center” [foto], em Nova Iorque, e no Pentágono, em Washington.

(*) Com informação BBC e AFP

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