quarta-feira, 22 de junho de 2011

La Russa reafirma possível boicote e imprensa faz criticas

Ministro do Interior ratifica intenção de avaliar boicote a Jogos Militares e imprensa italiana reage com críticas a benefício a Battisti
Roma, Itália – Como já era esperado, a reação italiana foi quase que instantânea à concessão de permanência de Cesare Battisti [foto] no Brasil. Decisão tomada na desta quarta-feira, 22, pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIg), órgão ligado ao Ministério do Trabalho brasileiro, estabelecendo que Battisti não apenas pode viver como, também, trabalhar no Brasil.
O ministro italiano do Interior, Ignacio La Russa [foto], voltou a afirmar hoje, 22, que a Itália deverá avaliar se
participa ou não dos Jogos Mundiais Militares, que ocorrerão no Rio de Janeiro, Brasil, no mês que vem, entre os dias 16 e 24 de julho.
"Proponho realizar uma avaliação sobre a participação da Itália nos Mundiais Militares de Atlética do Rio", declarou La Russa a jornalistas no Palácio Montecitorio, sede da Câmara dos Deputados italianos, momentos depois de saber da nova decisão brasileira, acrescentando que irá "conversar com o presidente do Conselho" de Ministros da Itália, o premier Silvio Berlusconi, sobre a possibilidade.
Ele ressaltou que, juntamente com o primeiro-ministro, fará uma "avaliação das oportunidades de participação de nossos militares no Mundial do Rio", no início de julho, com a intenção de "verificar" em quais modalidades a Itália poderia boicotar o envio de delegações.
Pragmático
O ministro do interior também foi enfático ao frisar que seu governo não deve "dar a impressão de que isso tenha sido um deslize", atestando que "os primeiros a lamentar serão os próprios brasileiros", que encontrarão os caminhos abertos para um "terrorista".
Mais além, a decisão brasileira também causou reação negativa de outros setores do governo italiano, entre eles do ministro Roberto Calderoli [foto], que sugeriu que seu país boicote a Copa do Mundo de 2014, evento que também acontecerá no Brasil.
Reflexo
Na semana passada, a dupla brasileira de vôlei de praia, Alison e Emanuel, recebeu laranjas atiradas por torcedores italianos durante um jogo do Circuito Mundial, em Roma.
Imprensa
Os veículos de comunicação italianos também não deixaram por menos e reagiram com novas críticas à decisão do governo brasileiro de autorizar a permanência definitiva do ex-ativista Cesare Battisti no país.
O La Repubblica [foto ilustração], um dos jornais mais
importantes da Itália, lembrou que a decisão do CNIg ocorre duas semanas depois de a Suprema Corte brasileira rejeitar a extradição do italiano e autorizar sua imediata libertação. Além disso, também cita que Battisti tem um contrato com uma editora para escrever livros.
Já o canal de televisão RAI, que é estatal, ressaltou que Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos. A emissora destacou que a decisão sobre a concessão do visto só ocorreu depois de três horas de debates.

(*) Com informação ANSA e agências internacionais

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