quinta-feira, 7 de julho de 2011

Japão vai testar segurança de usinas nucleares, diz ministro

Crise em Fukushima despertou preocupação quanto ao uso de energia nuclear
Tóquio, Japão – O Japão vai realizar testes de segurança em todas as suas usinas nucleares, conforme informado esta semana pelo ministro da Economia e Comércio japonês, Banri Kaieda [foto NHK], em resposta à crise nuclear desencadeada pelo terremoto seguido de tsunami em março. O objetivo dos testes é determinar se as usinas estão preparadas para suportar grandes desastres naturais.
A tragédia de março, que deixou cerca de 20 mil pessoas mortas ou desaparecidas no Nordeste do país, provocou vazamentos na usina atômica de Fukushima [foto].
Em anúncio relatado pela agência local Jiji Press, o ministro prometeu, também, que o Japão não terá problemas no suprimento de energia.
Atualmente, apenas 19 dos 54 reatores nucleares japoneses estão em operação, e outros devem ser fechados para testes, o que forçará os moradores locais a evitar o consumo de energia.
O uso da energia nuclear foi colocado em xeque desde a tragédia japonesa. Países da União Europeia também estão limitando o uso de suas usinas nucleares e promovendo testes nos reatores em funcionamento.
Reconstrução
Em outro desdobramento da crise japonesa, o ministro da Reconstrução do Japão, Ryu Matsumoto, renunciou na última terça-feira, 05, uma semana após ter assumido o cargo.
Ele foi duramente criticado por ter feito declarações consideradas grosseiras e arrogantes dirigidas a governadores de áreas do país gravemente afetadas pelo terremoto e o tsunami.
Ele afirmou que o governo não iria auxiliá-los financeiramente a não ser que eles surgissem com boas propostas de reconstrução e repreendeu publicamente outro representante estadual, se recusando a apertar sua mão.
A renúncia deverá aumentar ainda mais a pressão sobre o já impopular governo do primeiro-ministro Naoto Kan.
A indicação de Matsumoto à recém-criada pasta da Reconstrução, no dia 27 de junho, visava conter as críticas à administração do premiê.
No mês passado, Kan enfrentou um voto de desconfiança apresentado por parlamentares insatisfeitos com a forma como lidou com o processo de reconstrução e com a crise em Fukushima.
O primeiro-ministro está há apenas um ano no cargo e se comprometeu a renunciar em breve, mas só depois de conseguir a aprovação, no Parlamento, de vários projetos de lei ligados à recuperação do desastre e de energia renovável.
O correspondente da BBC em Tóquio, Roland Buerk, disse que o premiê está tentando persuadir parlamentares a liberar um adicional de US$ 25 bilhões de verba aos fundos de reconstrução e que os comentários de seu ministro acabaram representando uma distração indevida.

(*) Com informação BBC

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