Senador diz ter 'torcida' por indicação de seu nome a ministro

Brasília, Brasil – Cotado para assumir o Ministério dos Transportes em substituição a Alfredo Nascimento, o senador Blairo Maggi (PR/MT) [foto] afirmou hoje, 07, ter

uma "torcida" que espera sua indicação como novo responsável pela pasta. O parlamentar, que disse não ter recebido nenhum convite para suceder o correligionário, declarou ainda não ver necessidade de que o ex-ministro explique no Conselho de Ética do Senado a existência de um suposto esquema de superfaturamento de obras e de recebimento de propina por meio de empreiteiras. Essas denúncias, aliadas à suspeita de crescimento patrimonial irregular do filho de Nascimento, Gustavo Pereira, foram responsáveis pela demissão de Nascimento do primeiro escalão do governo federal.
"Não existe, ainda, nenhum convite oficial sobre esse assunto de se tornar ministro. Há especulações que eu ouço de lá e daqui também. Ouço uma torcida dos colegas senadores para que isso venha acontecer. Como não houve qualquer contato oficial ou convite, a gente tem que ficar só em especulações", afirmou o senador, que disse que o Partido da República (PR), legenda aliada que deve continuar com o controle da pasta, irá criar uma comissão para analisar os nomes dos possíveis ministeriáveis.
Avaliação
Na reunião, o partido também deve discutir a permanência como aliados do governo de Dilma Rousseff, embora as lideranças do PR acreditem que existe pouca possibilidade de a legenda virar oposição. "O PR precisa fazer uma discussão madura do que quer do governo, do que pensa do governo, precisa se reposicionar politicamente. O PR acabou de sair de um posto importante, tem uma bancada importante, 40 deputados federais, somos sete senadores aqui e precisamos ouvir dos deputados e senadores se eles querem continuar na base, se querem continuar a defender o Ministério. Vou defender uma posição de manutenção da aliança. Acho que somos responsáveis também pelo governo e nos solavancos que o governo tem é que precisamos dar o suporte. A gente não pode estar pulando e fugindo no primeiro acidente que acontece", explicou.
Apuração
Principal responsável pela indicação do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, citado nas suspeitas, Maggi defendeu que o técnico não seja exonerado por conta das denúncias, apesar de o governo já ter garantido que, assim que vencerem as férias dele, ele deixará o controle da autarquia.
"Solicitei à Casa Civil que nos 30 dias em que ele está de férias se fizessem todas as investigações necessárias e que, no final das investigações, se algo for comprovado contra o Luiz Antonio Pagot, eu serei o primeiro a pedir para que ele seja afastado. Como acredito que isso não tenha acontecido, como tenho conversado com ele e ele virá ao Senado para se explicar, espero que no final das apurações a gente chegue a um veredicto de que nada tenha acontecido sob sua responsabilidade e, portanto, não teriam motivos para fazer a substituição. Ele tem direito nos 30 dias de ser investigado e de ser condenado ou de ser liberado. O Planalto já avisou o quer fazer, e eu estou fazendo minhas considerações", relatou o senador.
"Se tirarem as paixões e se tirarem as acusações e virem o que era o Dnit há quatro anos e o que é o Dnit hoje, vamos encontrar uma diferença muito grande", completou defendendo, ainda, a adoção pelo governo de critérios mais claros sobre reavaliação de custos de obras públicas.
"Falta um pouco de planejamento, e o governo vai ter que, agora, com toda essa confusão, tirar proveito dessa situação e fazer as mudanças na legislação para ter mais tranquilidade e que seja mais transparente para o público", afirmou Maggi.

(*) Com informação Terra