Londres, Inglaterra – O tabloide “News of The World” terá sua última edição no próximo domingo, 10, de acordo com informações da “News Internacional”, integrante do conglomerado “News Corporation”, feitas hoje, 07, através de comunicado. O motivo do fechamento do jornal é um escândalo de grampos ilegais que levou ao cancelamento ou à suspensão de contratos publicitários por diversas empresas nos últimos dias.
O comunicado cita um discurso feito por James Murdoch, vice-chefe de operações e chairman da News Internacional. Murdoch cita os 168 anos de história do jornal na luta contra o crime. Segundo ele, porém, se as acusações recentes contra o jornal forem verdadeiras, elas são "desumanas" e não têm espaço na empresa. Murdoch, que é filho de Rupert Murdoch, o CEO da News Corporation, disse esperar que as pessoas que agiram errado "arquem com as consequências".
O escândalo de supostas escutas ilegais ganhou novas proporções após as denúncias recentes de que o celular da jovem Milly Dowler teria sido grampeado em 2002, enquanto a polícia investigava o assassinato dela. A polícia afirmou que parentes das vítimas dos atentados de sete de julho de 2005, em Londres, também podem ter tido seus telefones grampeados. Outras possíveis vítimas dos grampos ilegais são familiares de soldados britânicos que morreram no Iraque e no Afeganistão.
Fortaleza
A “News Corporation” é um império midiático e de entretenimento construído por seu fundador, Rupert Murdoch.
Cobrindo uma enorme região geográfica, cotado em bolsa em Sidney, na Austrália, e em Nova Iorque, EUA, o grupose distingue também pela diversidade de suas atividades, que vai da TV aos jornais, do cinema à Internet, e conta também com ícones da imprensa conservadora, como “The Times” e “Wall Street Journal”, e tabloides sensacionalistas, como “News of the World” e “New York Post”.
À frente do conglomerado, Rupert Murdoch, 80 anos, seu presidente-executivo e "self made man" nascido na Austrália, mantém as rédeas de um império de 60 bilhões de dólares em ativos e um volume de negócios anual de 33 bilhões de dólares no exercício encerrado no fim de junho.
Depois de herdar de seu pai, em 1952, a direção do jornal “The Adelaide News” em seu país nativo, a Austrália, Murdoch partiu, nos anos 1960, para a disputa com a imprensa britânica.
Na Inglaterra, adquiriu, primeiramente, o “News of the World” e depois o “The Sun”, o tablóide mais popular da atualidade, o tradicional “The Times” e o “Sunday Times”. Também possui, entre outros, 175 títulos, o “The Australian” e o “The New York Post”.
Nos Estados Unidos, país onde reside e do qual se tornoucidadão, sua cadeia de notícias a cabo “Fox News”, que durante a invasão ao Iraque bateu a pioneira “CNN” em audiência, jamais ocultou seu apoio ao governo do republicano George W. Bush.
Além da cadeia “Fox”, o grupo “News Corp.” impôs-se na televisão a cabo na Europa (“BSkyB”, na Grã-Bretanha, e “Sky” na Itália, nascida da fusão “Stream/Telepiu”) e também na Ásia, com sua filial “Star TV”.
Murdoch também tem interesses no mundo editorial (HarperCollins) e no cinema com os estúdios “TwentiethCentury Fox”, que produziu êxitos mundiais como “Guerra nas Estrelas” e “Titanic”.
Em julho de 2005, a compra do site “MySpace”, por 580 milhões de dólares, foi um fiasco, já que segundo veículos da imprensa americana foi revendido por apenas 30 milhões de dólares.
Em 2007, um dos maiores êxitos do grupo foi a compra da “Dow Jones” e do “Wall Street Journal”, por um total de 5,6 bilhões de dólares.
Murdoch, que instalou, em 2004, a sede do grupo em Nova Iorque, transfere cada vez mais suas responsabilidades a seus dois filhos: James, 38 anos, presidente da “News International”, o braço britânico do grupo “News Corp”, e Elizabeth, 42 anos, que entrou no conselho de administração após a aquisição por parte do grupo de sua empresa de produção “Shine” no início do ano. Por outro lado, seu filho mais velho, Lachlan, deixou o conglomerado em 2005.
(*) Com informação da AE e AFP
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