domingo, 4 de março de 2012

Putin volta ao Kremlin após vencer eleições

Moscou, Rússia – O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, voltará ao Kremlin após conquistar, neste domingo, 04, a vitória em eleições que chamou de “abertas e honestas”, mas contestadas pela oposição, que as qualificou de “fraudulentas” e “ilegítimas”.
Segundo resultados parciais divulgados pela comissão eleitoral, Putin obteve 64,39% dos votos das seções eleitorais já apuradas, 50%.
O comunista Ziuganov ficou na segunda posição, com 17,13% dos votos, e em terceiro, o multimilionário Mikhail Projorov (6,97%), com estreita vantagem sobre o populista Vladimir Jirinovski (6,71%). O último colocado foi o centrista ligado ao Kremlin Serguei Mironov (3,72%).
A taxa de participação ficou em 64%, segundo os últimos números provisórios da comissão eleitoral. Cento e nove milhões de eleitores estavam convocados a votar na Rússia, um país com nove fusos horários.
“Vencemos em uma batalha aberta e honesta”, disse Putin, com lágrimas nos olhos, segundo imagens exibidas ao vivo pela televisão russa, diante de mais de 110 mil seguidores que se concentraram perto da Praça Vermelha para comemorar a vitória.
“Nossos eleitores sabem diferenciar entre o desejo de renovação e as provocações políticas, cujo objetivo é destruir nosso Estado e usurpar o poder”, acrescentou, em clara alusão ao movimento de contestação sem precedentes que há três meses protesta contra seu regime.
Terceiro mandato x Escândalos
Vladimir Putin, que volta ao Kremlin para um terceiro mandato, após os dois consecutivos exercidos entre 2000 e 2008, estava acompanhado do presidente em fim de mandato, seu afilhado político Dimitri Medvedev, que abriu mão da reeleição para permitir que seu mentor voltasse ao Kremlin. Para Medvedev, “o país e cada um de nós precisávamos desta
vitória”.
“Não deixaremos que arrebatem nossa vitória!”, exclamou.
O candidato comunista, Guenadi Ziuganov, afirmou que a eleição foi “um roubo, absolutamente desonesta e indigna”. “Não reconhecemos estas eleições”, acrescentou.
Para Vladimir Rijkov, um dos organizadores das manifestações opositoras de dezembro, “estas eleições não podem ser consideradas legítimas”. “Amanhã pela manhã teremos contabilizado 20 mil, 30 mil casos de fraude”, denunciou em declarações à televisão estatal.
Antes mesmo do fechamento das urnas, representantes de alguns candidatos da oposição, organizações de observação eleitoral Golos e Liga de Eleitores, bem como meios independentes, denunciaram vários casos de fraude no pleito.
A página na internet control2012.ru, que registra as infrações observadas pela Liga dos Eleitores, pelo partido Iabloko e partidários de Projorov, tinha contabilizado à noite mais de 5.200 irregularidades, incluindo 327 casos de “transporte maciço de eleitores” para votar em grupo e 114 casos de urnas com votos falsos.
Uma coalizão composta por liberais, nacionalistas e personalidades da cultura e dos meios de comunicação, mobilizou, nos últimos três meses, dezenas de milhares de pessoas em protestos em Moscou e outras cidades do país, com o lema “Rússia sem Putin”.
A situação assegurou que as eleições seriam livres e democráticas, depois que falsificações denunciadas nas legislativas de dezembro desencadearam uma onda de protestos sem precedentes desde o ano 2000.
As ruas de Moscou estavam tomadas por 36 mil soldados e policiais para evitar qualquer foco de contestação.
Mas no Cáucaso, região do Daguestão, ao Sul, a polícia anunciou a morte de três agentes em um ataque a uma seção eleitoral, após o fechamento das urnas.

(*) Com informação Band.com, AFP e negóciosonline.pt

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