quarta-feira, 1 de junho de 2011

Delegado e policiais civis são presos durante Operação

Rio de Janeiro, Brasil – Cinco policiais civis – inclusive um delegado –, além de um agente penitenciário e um
advogado foram presos hoje, 01, por envolvimento em esquema de cobrança de propina de contraventores e empresários em troca de benefícios em investigações. A Operação Alçapão foi deflagrada às 5h pela Corregedoria Interna da Polícia Civil (COINPOL) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público (MPRJ) do Estado do Rio de Janeiro.
A denúncia do GAECO foi recebida pela 3ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, que, além da decretação das prisões preventivas, atendeu ao requerimento do MP para realização de buscas em 29 endereços e afastamento dos réus de suas funções públicas. Durante a operação, foram apreendidos, em uma mala, cerca de R$ 210 mil.
Foram presos os policiais civis Henrique Faro dos Reis (delegado titular da 104ª DP – São José do Vale do Rio Preto), Márcio Coutinho Braga, Ronaldo Antunes Blanco, Carlos Alberto Donato da Cruz Monteiro (conhecido como Betinho ou Donato) e Alexandre da Silva Gonçalves, o agente penitenciário José Carlos Pate dos Santos, o advogado Álvaro Monteiro Rolla e o informante Willian Barros Pereira. Estão foragidos os policiais Jerônimo Pereira Magalhães (o Magal) e Jorge Gomes Barreira.
Também foram denunciados pelo GAECO, sem pedido de prisão preventiva, os policiais civis Cláudia Barbosa Gonçalves e Carlos Alberto dos Anjos; o diretor de segurança do Estaleiro Mauá, Wagner de Oliveira, e o gerente o Supermercado Guanabara/Niterói, Ademilson Madalena da Silva.
Entre os crimes pelos quais os 15 réus foram denunciados estão formação de quadrilha armada, prevaricação e corrupção.
Contravenção
A denúncia do GAECO, com base em inquérito da COINPOL, descreve detalhadamente o modo de agir dos criminosos. De acordo com denúncia, os Policiais – lotados na 76ª DP (Niterói), na 72ª DP (São Gonçalo) e na 81ª DP (Itaipu) à época dos fatos – montaram um verdadeiro “balcão de negócios” nestas delegacias.
O grupo integrado pelos policiais Jerônimo Pereira Magalhães (o Magal), Márcio Coutinho Braga, Ronaldo Antunes Blanco, Carlos Alberto Donato da Cruz Monteiro (o Betinho ou Donato), Alexandre da Silva Gonçalves e Jorge Gomes Barreira cobrava quantias de contraventores para não reprimir o jogo do bicho e a exploração de máquinas caça-níqueis nos municípios de São Gonçalo e Niterói. Os valores eram recebidos por Magal, chefe do Setor de Homicídios da 72ª DP, que os distribuía para os demais denunciados.
Além de não reprimir as atividades dos contraventores, os policiais, em especial Barreira, “vazavam” informações sobre operações contra os jogos ilegais antes de elas serem realizadas.
Atual chefe do Setor de Homicídios da 76ª DP, Gonçalves foi reconhecido como proprietário de máquinas caça-níqueis, que funcionavam até na Rua 18 do Forte, onde ficava a 72ª DP, da qual era chefe do Setor de Investigação. De acordo com a denúncia, ele também foi segurança do ex-presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA) Aílton Guimarães Jorge (o Capitão Guimarães), que será intimado a prestar depoimento à Justiça, como testemunha arrolada pelo MPRJ.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Prezados (as), reservo-me ao direito de moderar todos os comentários. Assim, os que me chegarem de forma anônima poderão não ser publicados e, desta forma, tão menos respondidos. Grato pela compreensão, espero contribuir, de alguma forma, com as postagens neste espaço.