Força-tarefa das polícias Federal, Civil e Militar
detém cinco integrantes de facção envolvidos no planejamento dos ataques a
veículos e propriedades públicas no Triângulo
Quatro homens e uma mulher com ligação confirmada com a
organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)
foram presos em operação conjunta das polícias Federal, Civil e Militar
realizada na manhã desta sexta-feira, 08, em Uberaba, no Triângulo Mineiro,
suspeitos de envolvimento em incêndios criminosos na região. De acordo com as
investigações, alguns deles têm status altos na organização.
Os bandidos detidos são considerados "disciplinas",
que é o posto de quem executa punições contra integrantes que falharam de
alguma forma. "O grupo estava organizado. Planejavam juntos os ataques em
Uberaba e outras cidades do Triângulo, seja efetivamente praticando os crimes,
seja repassando informações para que outros membros. (Eles determinavam) Quais
ônibus deveriam ser incendiados, onde e de que forma deveriam atuar",
afirmou o chefe do Departamento de Polícia Federal de Uberaba, delegado Marcelo
Leonardo Rodrigues Xavier, em entrevista coletiva.
Só a cidade de Uberaba já sofreu seis ataques, sendo um
contra um caminhão de lixo, um num caixa eletrônico e quatro a ônibus de
transporte coletivo. Os ônibus da cidade têm sido escoltados pela Polícia
Militar para conseguir transportar a população sem serem atacados.
"O objetivo da operação era prender oito membros de uma
facção criminosa que tem atuado na nossa cidade e que tem relação efetiva com o
planejamento dos ataques que tem acontecido em toda a região do
Triangulo", disse Xavier. Outros nove mandados de busca e apreensão foram
cumpridos. O trabalho em conjunto envolveu, inclusive, o compartilhamento de
informações de inteligência, algo considerado raro entre as corporações.
"Foi essa reunião de informações dos três órgãos que permitiu termos
elementos suficientes para requisitar na Justiça a prisão preventiva e a busca
e apreensão na residência dessas pessoas", concluiu o delegado.
O policial federal afirmou que as ações continuam e que mais
prisões devem ocorrer na sequência. "Hoje apreendemos materiais
importantes como telefones e registros importantes para a facção, além de uma
pequena quantidade de drogas". A investigação em conjunto continua e um
dos objetivos e conseguir chegar a quantas pessoas efetivamente estão ligadas à
essa facção no Triângulo.
Só na região, já são 41 pessoas presas por envolvimento nos
ataques. "Hoje, foram quatro homens e uma mulher, mas já tivemos outros 36
presos anteriormente. Em Araxá, foram 25, ao todo, e vamos continuar com essas
operações. Vamos continuar com as ações em conjunto e as apurações vão poder
pontuar qual a participação efetiva de cada criminoso. Enquanto isso, a PM continuará
a escoltar os coletivos pelo tempo que for necessário, com policiais a paisana
também atuando na identificação desses infratores", disse o comandante da
PM na região, coronel Peres.
Apesar de certo grau de organização, o grupo não tinha
objetivos concretos, na avaliação do chefe da Polícia Civil na região, delegado
Heli Andrade. "Os alvos eram difusos e o grupo não tem um objetivo maior.
Alguns falam sobre a morte de lideranças da facção, outros falam sobre opressão
no sistema prisional", disse o policial.
De acordo com os primeiros levantamentos, muitos dos detidos
em outras operações eram iniciantes na facção, passando por provas para serem
aceitos, segundo o delegado da Polícia Civil. "Existem elementos
(indivíduos) que sequer têm passagem e que foram recrutadas recentemente. Daí
(dos ataques) em diante, agiriam em outras atividades como roubo, tráfico e
outras missões", disse o militar Se condenados, os detidos podem ter de
cumprir penas somadas de até 13 anos de penas por participação em organização
criminosa, crime de dano e crime de incêndio.
Fotos: Corpo de Bombeiros e Polícia Militar/Divulgação e internet
Fonte: Estado de Minas
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