Viena, Áustria – A comissão dirigente da agência nuclear da ONU, composta de 35 nações, adotou um plano da ação nesta terça-feira, 13, para fortalecer a segurança nuclear mundial depois do acidente de Fukushima [foto], no Japão, há seis meses, apesar de críticas de diversos Estados de que as propostas haviam sido amenizadas.
O conselho dirigente aprovou, por consenso, um documento de oito páginas apresentado pelo diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano [foto ao lado], estabelecendo uma série de medidasvoluntárias para aumentar os padrões mundiais de segurança.
O debate dos dirigentes sobre a questão revelou as divergências entre aqueles países que buscam maior comprometimento internacional e os que defendem que a segurança deve permanecer como uma questão estritamente nacional.
"Houve uma série de vozes críticas", disse um diplomata sobre as discussões, fechadas ao público, referindo-se aos países que deixaram claro querer uma ação mais firme a nível internacional.
O desastre nuclear de Fukushima, no Japão, em março gerou um questionamento mundial sobre a energia nuclear e expôs a necessidade de se tomar medidas mais coordenadas, inclusive um aumento na fiscalização de segurança dos reatores, para garantir que tal acidente não ocorra novamente.
Um grupo de nações – entre elas a Alemanha, França, Suíça, Cingapura, Canadá e Dinamarca – expressaram descontentamento com a versão final do plano de ação da AIEA, por não ir longe o suficiente.
Os Estados Unidos, a Índia, a China e o Paquistão – grandes países em termos nucleares – estavam entre os integrantes que resistiram a qualquer medida obrigatória de inspeções externas de suas instalações nucleares.
Buscando um meio-termo, a AIEA parece ter recuado gradativamente de suas ambições em uma série de esboços.
O documento final colocou mais ênfase na natureza voluntária das medidas em comparação às versões anteriores, também em relação à questão central de inspeções das usinas nucleares organizadas pela AIEA.
O impacto político do terremoto e tsunami que provocaram uma crise no Japão foi particularmente forte na Europa, onde a Alemanha decidiu fechar todos os seus reatores até 2022 e a Itália votou para banir a energia nuclear por décadas.
Barras de combustível em três reatores no complexo japonês começaram a derreter quando o sistema de resfriamento falhou, provocando um vazamento de radiação e obrigando a retirada de 80 mil pessoas das áreas próximas.
(*) Com informação Reuters
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