Tóquio, Japão – Sessenta mil manifestantes se reuniram no Centro de Tóquio nesta segunda-feira, 19, para pedir o fim da dependência do Japão sobre a energia nuclear, seis meses depois do pior desastre nuclear do mundo em 25 anos.
O Japão proibiu a entrada da população dentro de um raio de 20 quilômetros ao redor da usina de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão [foto], que teve seus sistemas deresfriamento desativados pelo terremoto e tsunami de 11 de março, que provocaram o derretimento das barras de combustível dos reatores.
Cerca de 80 mil pessoas foram retiradas da região ao redor da usina que ainda está vazando radiação, na pior crise nuclear do mundo desde Chernobyl, em 1986, que obrigou o governo a repensar sua política energética.
Os líderes do protesto, incluindo o vencedor do Prêmio Nobel em 1994, Kenzaburo Oe, e o músico Ryuichi Sakamoto, chamaram o protesto de “Adeus às Usinas de Energia Nuclear”.
“'Agora é o único momento para realmente mudar a política nuclear e esse é o melhor momento para agir”, disse Satoe Sakai, de 39 anos, que viajou de Osaka, na região central do Japão, para se unir à manifestação. “Se não pararmos agora, provavelmente nunca iremos”, acrescentou.
O ex-premiê, Naoto Kan [foto], disse à agência de notíciasjaponesa Kyodo News ter recebido informações de que cerca de 30 milhões de pessoas em Tóquio e nas províncias vizinhas poderiam ter de ser retiradas no cenário mais pessimista. “Foi um momento crucial quando eu não tinha certeza se o Japão continuaria funcionando como um Estado”, disse no final de semana, segundo a Kyodo.
Kan disse, anteriormente, que o Japão não tinha escolha, senão reduzir, progressivamente, a dependência na energia nuclear. Mas não chegou ao ponto de pedir o fim total da energia nuclear no país. Antes da crise, a energia nuclear correspondia a cerca de 30% do fornecimento de energia do Japão.
Muitos manifestantes em Tóquio, nesta segunda-feira, eram de Fukushima. “Nós, o povo de Fukushima, não conseguimos ver a radiação nuclear, é claro, e não conseguimos cheirá-la”, disse o morador Yoshiharu Saito. “Mas não temos dúvidas de que está se espalhando”, complementou.
(*) Com informação Kyodo News, Ene10 e MSN Notícias
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