Paris, França – O projeto de lei que objetivava legalizar o casamento gay na França foi recusado pela maioria conservadora da Assembleia Nacional em sessão nesta terça-feira, 14. A proposta foi apresentada pela oposição socialista. A legalização teve 222 votos a favor contra os 293 contra.
Quatro dias antes da votação, os parlamentares discutiram pela primeira vez o casamento homossexual, depois que um deputado socialista entrou com uma proposição de lei para legalizá-lo.
"Estamos falando em agregar um novo direito, não de reduzir os direitos dos casais heterossexuais", disse o deputado Patrick Bloche, defendendo a união homossexual como uma forma de "lutar contra as discriminações".
Para a maioria conservadora e o governo francês, não é possível abrir a "instituição" do casamento e nem "alterar sua imagem no inconsciente coletivo".
A votação ocorreu após quatro dias de debate sobre a proposta do casamento homossexual que deixou, ainda, perceptíveis algumas posições radicais contra este tipo de uniões, como a mostrada pela presidente do ultradireitista Frente Nacional, Marine Le Pen, que comparou a legalização do casamento gay com a poligamia.
Já a deputada da UMP, Brigitte Barèges, chegou a comparar as uniões de iguais as de animais, o que gerou uma onda de críticas até mesmo de seus correligionários.
Embora a lei não tenha avançado, a repercussão dos debates indica que o tema pode fazer parte da campanha das eleições presidenciais do próximo ano.
Na França, casais do mesmo sexo podem formar uniões civis, sem direito à herança, divisão de bens e outros. No começo do ano, a Corte Constitucional francesa determinou que leis banindo o casamento gay não violam a Constituição, mas que qualquer decisão do tipo cabe ao Parlamento.
Uma pesquisa de janeiro passado, publicada pelo Canal Plus TV, mostrou que 58% dos franceses defendem a aprovação do casamento gay, cinco pontos percentuais a mais do que a pesquisa semelhante de cinco anos atrás.
(*) Com informação SRZD e FE
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