Integrantes das Forças Armadas disseram que ele é a "pior escolha possível"Brasília, Brasil – A carreira do novo ministro da Defesa, Celso Amorim, é marcada por divergências e atritos com a cúpula das Forças Armadas brasileiras.
Ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula, Amorim é considerado a "pior escolha possível" para o cargo, de acordo com militares ouvidos sob condição de anonimato.
Apesar de a maior parte das divergências ter origem nas posições adotadas pelo Itamaraty durante a gestão de Amorim, as rusgas começaram antes, ainda no período da ditadura militar.
Conheça os principais pontos de atrito entre Amorim e os militares
– Demitido da Embrafilme
Em 1982, Amorim foi demitido da direção geral da Embrafilme – para a qual tinha sido nomeado, em 1979, pelo então presidente João Baptista Figueiredo – por causa da produção “Pra Frente, Brasil”, de Roberto Farias, que retratava a tortura no regime militar.
– Bolívia e Petrobras
Em 2006, quando o presidente da Bolívia, Evo Morales, ordenou a invasão das refinarias de gás da Petrobras e a nacionalização de toda a operação, a atuação de Amorim à frente do Ministério das Relações Exteriores foi considerada fraca e "entreguista" pelos militares brasileiros.
– Hugo Chávez
Enquanto os militares brasileiros viam com desconfiança o processo de armamento da Venezuela de Hugo Chávez – que comprou caças, tanques e mísseis para suas Forças Armadas –, Amorim colocava panos quentes na questão, dizendo que o país vizinho estava apenas exercendo seu direito de repor equipamento antigo.
– Manuel Zelaya
Em 2009, o ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya – derrubado por um golpe de Estado – retornou escondido ao país centro-americano e "se instalou" na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, montando ali seu quartel-general de resistência.
Contando com a "compreensão" de Celso Amorim e do ex-presidente Lula, Zelaya virou uma pedra no sapato das Forças Armadas brasileiras, que tiveram que engolir a invasão da embaixada e a violação da soberania nacional.
– Soldados no Haiti
Após o terremoto de janeiro de 2010 no Haiti, o então ministro das Relações Exteriores Celso Amorim pediu ao Congresso Nacional que aumentasse o número máximo de militares brasileiros presentes no país caribenho, contrariando a cúpula das Forças Armadas.
Os dirigentes militares consideravam que o efetivo de 1.300 homens – que lideravam a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti – era suficiente para manter a segurança.
Na época, Amorim não esperou pelo estudo dos militares e anunciou que o Brasil dobraria o contingente de suas tropas. O general Floriano Peixoto reconheceu que a decisão brasileira era "política" e que caberia ao governo brasileiro tomá-la.
(*) Com informação AE e R7
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