quarta-feira, 17 de agosto de 2011

PM’s de São Gonçalo investigados pela 4ª Vara Criminal serão transferidos

Governador autorizou que a segurança do Tribunal de Justiça receba mais 30 policiais

Rio de Janeiro, RJ – Investigados pela 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, os policiais do 7º BPM (São Gonçalo) serão transferidos para outros batalhões. A decisão foi tomada durante reunião nesta quarta-feira entre os três juízes designados pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluzo, e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o governador Sérgio Cabral e o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, no Palácio Guanabara.
"Na reunião ficou decidido que policiais do 7º BPM que estão sendo processados serão transferidos para outros batalhões", disse Rebêlo.
Os policiais militares seguirão trabalhando normalmente enquanto os casos não forem julgados. Além disso, o governador também autorizou que a segurança do Tribunal de Justiça receba mais 30 policiais.
A missa de sétimo dia de Patrícia vai ser realizada às 18h de hoje, 17, na capela do Colégio São Vicente, em Icaraí, zona Sul de Niterói. A magistrada foi assassinada em frente à casa onde morava em Piratininga, região Oceânica de Niterói, na quinta-feira da semana passada.
Mais segurança
Equipes de manutenção do Departamento Geral de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça começaram a instalar, hoje, 17, detectores de metais, esteira e aparelhos de raios-X na entrada principal do Fórum de São Gonçalo, onde está localizada a 4ª vara Criminal do município.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tomou a medida para aumentar a segurança de juízes, promotores e funcionários. A força-tarefa, com três juízes e cinco promotores, começou a ocupar, ontem, 16, a vaga da juíza titular, Patrícia Acioli.
O advogado da família de Patrícia, Técio Lins e Silva, reafirmou, hoje, que a magistrada não queria a suspensão da escolta. De acordo com ele, ela enviou diversas correspondências ao Tribunal de Justiça nos últimos anos pedindo reforço na segurança.
Em um dos documentos citados pelo advogado, de fevereiro de 2007, a juíza escreve ao diretor de segurança do Tribunal de Justiça pedindo a volta de um ex-integrante da escolta e a vinda de um quarto policial. A juíza escreveu ainda, cinco meses depois, ao juiz Mário Mazza, auxiliar do então presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Murta Ribeiro, questionando sobre a decisão de reduzir sua proteção a apenas um policial por dia. "Entendendo que a questão envolvendo a minha vida é algo muito importante, não entendi o tratamento que foi dado ao caso", disse.
'Lágrimas de sangue'
Um dos investigados pela Divisão de Homicídios na execução da juíza Patrícia Acioli com 21 tiros, o bicheiro Luís Anderson de Azeredo Coutinho foi flagrado em gravações telefônicas da Polícia Federal, em 4 de julho de 2009, dizendo a interlocutor que ‘uma bomba iria explodir em São Gonçalo’. Em outro trecho das escutas, autorizadas pela Justiça, o bicheiro acrescenta que “a pessoa que bate o martelo iria chorar lágrimas de sangue”.
O documento da PF enfatiza que a prisão preventiva de Luís Anderson, por homicídio, foi decretada por Patrícia, que atuava na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. Uma das hipóteses investigadas pela Homicídios é que criminosos teriam criado consórcio para eliminar a juíza.
No relatório de 2009 enviado pela PF ao Tribunal de Justiça, consta que o bicheiro demonstrou na ligação grande rancor da magistrada. O interlocutor, porém, alertou Luís Anderson de que “amigo” seu que trabalhava na inteligência da Polícia Civil teria avisado que a juíza pedira prioridade na captura do bicheiro e que o telefone dele poderia estar monitorado.
Dias após, em outra conversa, Luís Anderson disse que representaria contra a magistrada na Corregedoria da Justiça. O relatório da PF alerta, porém, que isso poderia ser blefe, já que ele soube que seu telefone estaria interceptado. [clique na imagem para ampliar]
Outra ameaça contra a juíza foi relatada em 17 de outubro de 2006 pelo namorado dela, o cabo Marcelo Poubel, na época seu segurança. Após investigação, eles descobriram que a ligação partiu de orelhão em frente à cabine da PM, próximo à estação das Barcas. A ameaça foi a Poubel, à juíza e a quem estivesse com eles.
Ofícios relatam problemas
Datados de 2007, ano em que o Tribunal de Justiça decidiu retirar a escolta da juíza Patrícia Acioli, há pelo menos dois ofícios dela relatando problemas sobre a sua segurança pessoal.
Em fevereiro de 2007, a magistrada cita que a filha caçula estava em tratamento psicológico pela convivência com pessoas armadas no dia a dia. No mesmo documento, pede um quarto policial para a escolta. [clique na imagem para ampliar]
Em 18 de julho, relata que foi comunicada verbalmente sobre a decisão do TJ de retirar mais um policial de sua proteção, ficando apenas com dois seguranças se revezando 24h, e também o veículo da Corte que servia para o transporte dos policiais: “Não entende a magistrada viável a segurança apresentada”.

(*) Com informação O Dia Online

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