Hemorragia cerebral foi estancada e a circulação restabelecida. Mas técnico ainda corre risco de morteRio de Janeiro, RJ – Após três horas e meia, a cirurgia do técnico Ricardo Gomes chegou ao fim e foi considerada bem-sucedida pelos médicos. Segundo as primeiras informações, a hemorragia no cérebro ocorrida em decorrência do AVC (acidente vascular cerebral) foi estancada, e a circulação, restabelecida. Ele será submetido a uma tomografia e encaminhado à UTI. O médico José Antônio Guasti realizou o procedimento no Hospital Pasteur, na zona Norte do Rio de Janeiro. Ele não deu entrevistas. Quem falou sobre o caso foi Clóvis Munhoz, médico do Vasco que acompanha todo o caso. Segundo ele, o caso é grave e ainda há risco de morte, apesar de a cirurgia ter sido alentadora.
“Foi tudo dentro do esperado. A impressão do doutor que o operou foi a melhor possível. O coágulo foi drenado. O quadro é favorável e agora as próximas 72 horas serão decisivas para avaliar e consolidar o quadro clínico, isso quer dizer sequelas ou não”, disse Clóvis.
Apesar de ainda ser cedo para prognósticos, o médico do Vasco disse que qualquer possível sequela no pós-operatório pode ser revertida com fisioterapia.
Ricardo Gomes deve seguir no hospital entre oito e dez dias. De acordo com Munhoz, o lado do cérebro afetado pela hemorragia foi o direito, e está relacionado aos movimentos do braço direito e também à fala.
Entenda o caso
O comandante vascaíno se sentiu mal por volta dos 20minutos do segundo tempo do clássico entre Flamengo e Vasco, neste domingo, 28, no Engenhão. Ele foi levado, inicialmente, para o centro médico do estádio, e, em seguida, encaminhado para o hospital.
Clóvis Munhoz explicou que a hemorragia provocou um grande coágulo na região temporal do cérebro. A cirurgia foi feita para retirada deste sangue coagulado, reduzindo a pressão cerebral. No momento em que aconteceu a hemorragia, a pressão arterial do treinador era de 19 por 12. O normal é 12 por 8. [clique no infográfico para ampliar]Para Clóvis, o que aconteceu com Gomes neste domingo não é uma consequência do primeiro AVC sofrido pelo técnico em fevereiro de 2010, quando treinava o São Paulo.
“Ele estava confuso, nervoso, agitado. Achou que poderia ser igual ao que houve no ano passado. Mas não tem nada a ver”, garantiu.
Já o vereador Marco Aurélio Cunha, médico e dirigente do São Paulo na época do primeiro AVC de Ricardo Gomes, diz que os casos podem ter relação. “Naquele primeiro episódio, é como dizer que ele teve um pequeno vazamento e agora um rompimento. Aqui no São Paulo foi uma coisa bem mais simples. Saímos do jogo, existia o sintoma e fomos para o hospital. Fez os exames, passou a noite internado, fiquei com ele o tempo inteiro na companhia do Sanchez (José Sanchez, médico do São Paulo). O Ricardo não chegou a perder a consciência. Um caso pode não ser decorrência do outro, são episódios diferentes, mas não podemos deixar de juntar um ao outro. Ele ficou bem daquele primeiro, mas sempre fica uma marquinha e passa a ter um risco maior do que tinha antes. Aquele foi simples, esse é grave. Estou bastante chateado, pois ele é um cara fantástico, um cara único.”
Depois de um atendimento preliminar no centro médico do Engenhão, Ricardo Gomes foi para o hospital, ficou sedado na UTI, respirando com a ajuda de aparelhos e, em seguida, foi operado.
(*) Com informação Globo e R7
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