Jornais impressos em banca da Rodoviária de Brasília. Mídia sofreu 11.000 ataques virtuais no ano passado. |
Brasil é 7º país mais perigoso do mundo para jornalistas, junto a
Haiti e Indonésia
A imprensa sofreu
quase 11 mil agressões por dia na internet ao longo do ano passado, o que
equivale a sete ataques por minuto. Os dados são do relatório anual sobre
Violações à Liberdade de Expressão, divulgado pela Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) nesta quarta-feira,
11, em Brasília. Através desse link está a íntegra do
documento (5,4 MB).
O relatório, encomendado pela Abert à consultoria Bites,
explicita pela 1ª vez as agressões virtuais. Ao todo, 130 milhões de pessoas
têm acesso à internet no país. Elas fizeram 6,2 bilhões de postagens no Twitter
em 2019 – 47,6 tuítes por usuário.
Desse total, 39,2
milhões de mensagens se relacionavam à imprensa e 12,25% delas vinham de perfis
conservadores com palavras de baixo calão. A esquerda também participou das
agressões virtuais, com 714 mil tuítes, numa média de 1.900 ataques diários.
De 5.708 posts, o estudo contabilizou 432 críticas, insinuações e
advertências a profissionais ou à imprensa no Twitter do presidente Jair
Bolsonaro. As mensagens publicadas pelo mandatário levaram a 51,7 milhões de
interações com os usuários. O número representa 7% do total de retuítes,
comentários e curtidas no perfil oficial, que somaram 737,4 milhões.
Procurada pelo Poder360,
a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo não se pronunciou a respeito do
levantamento até a publicação desta reportagem.
Violência
Não-Letal Diminuiu
Foram 56 casos de violência não-letal – como socos, pontapés e
disparos de bala de borracha – contra pelo menos 78 jornalistas ou veículos de
imprensa em 2019. O número de casos é 50,8% menor do que o registrado no ano
anterior. Na maioria dos casos, os agressores são políticos ou quem ocupa cargo
público.
Eis o ranking da Abert sobre os casos de violação à liberdade de
imprensa no país:
agressões: 24 casos (30 vítimas);
ofensas: 8 casos (10 vítimas);
intimidações: 6 casos (6 vítimas);
ameaças: 5 casos (7 vítimas);
censuras: 5 casos (16 vítimas);
ataques e
vandalismos: 6 casos (6 vítimas);
assédios
sexuais: 1 caso (uma vítima);
injúrias
raciais: 1 caso (uma vítima);
detenções: 1 caso (duas vítimas);
roubos e
furtos: 1 caso (uma vítima).
Mortes
O Brasil é 7º país mais perigoso do mundo para jornalistas, junto
a Haiti e Indonésia. No total, 75 jornalistas morreram, em 26 países, em 2019.
Eis a lista formulada pela ONG Press Emblem Campaign:
1º lugar: México – 13 mortes;
2º lugar: Afeganistão e Paquistão – 8 mortes cada;
3º lugar: Síria – 6 mortes;
4º lugar: Honduras – 5 mortes;
5º lugar: Filipinas – 4 mortes;
6º lugar: Colômbia, Índia, Iraque e Somália – 3 mortes cada;
7º lugar: Brasil, Haiti e Indonésia – duas mortes cada.
Fonte: Portal Poder 360
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