O vice-presidente Mourão, após reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal, tentou amenizar declarações de Bolsonaro. (Foto: Reprodução internet) |
Novo Coronavírus
já contagiou mais de duas mil pessoas no Brasil e matou 57 pessoas
O vice-presidente da
República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quarta-feira, 25, que a orientação do
governo para combater a pandemia do SARS-CoV-2, o Novo Coronavírus (Covid-19),
"é uma só" e continua sendo isolamento e distanciamento entre as
pessoas.
A declaração vai na contramão
do que defendeu o presidente Jair Bolsonaro na véspera, em pronunciamento em
rede nacional de rádio e televisão, quando pediu o fim do confinamento em massa
e a reabertura de comércios e escolas.
Segundo Mourão, o presidente
pode não ter se expressado da melhor forma no pronunciamento de terça-feira,
24, ao propor que apenas idosos e doentes fiquem em suas casas. "O
presidente buscou colocar e pode ser que ele tenha se expressado de uma forma,
digamos assim, que não foi a melhor. Mas o que ele buscou colocar é a
preocupação que todos nós temos é com a segunda onda", afirmou o
vice-presidente, explicando que a segunda onda são os impactos na economia,
provocando desemprego. Mourão concedeu entrevista a jornalistas, via
videoconferência, após reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal, órgão
que preside.
"A posição do nosso
governo, por enquanto, é uma só. A posição do governo é o isolamento e o
distanciamento social", disse Mourão. O vice ponderou que a orientação
para isolamento está sendo discutida.
A recomendação de Bolsonaro no
pronunciamento deixou médicos e aliados perplexos. Isso porque o contato com
alguém contaminado é a principal forma de contágio do Novo Coronavírus e o
isolamento da população para evitar a transmissão é recomendação do próprio
Ministério da Saúde, que segue as orientações da Organização Mundial da Saúde
(OMS). O Covid-19 já infectou mais de duas mil pessoas no país, com 57 mortes.
Mais cedo, Bolsonaro afirmou
que pediria ao Ministério da Saúde mudança na orientação de isolamento da
população durante a pandemia.
Mourão afirmou ser possível a
mudança do chamado isolamento horizontal (que envolve todas as pessoas) para o
vertical (apenas para idosos e doentes), defendida por Bolsonaro, de forma
gradual após um período de 14 dias. É preciso liberar as pessoas das atividades
essenciais para a "vida vegetativa" do país, declarou o vice.
Apesar das divergências entre
Bolsonaro e o próprio Ministério da Saúde, Mourão enfatizou que o presidente da
República está dentro da política traçada pelo governo e orientada pelo
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A preocupação de Bolsonaro, afirmou,
é com o "verdadeiro desmantelamento da economia".
Fonte: Portal Estadão
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